China registra aumento de exportação de cobertores elétricos para a Europa
A chegada do outono e do inverno na Europa traz consequências positivas e inesperadas para a economia chinesa. Com a crise energética no continente, impulsionada pela guerra na Ucrânia, a exportação de aquecedores portáteis e de cobertores elétricos, por exemplo, cresceu cerca de 41,6% entre janeiro e agosto de 2022.
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Stéphane Lagarde, correspondente da RFI em Pequim
As informações foram divulgadas pela alfândega de Yiwu, no sudeste da China. De acordo com os lojistas entrevistados pela TV estatal Central da China, as encomendas feitas por países europeus aumentaram desde o início da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro, e a consequente crise energética.
O comerciante chinês Mario vive em Yiwu e explica que o mercado chinês se adaptou rapidamente à demanda mundial. "Se alguma coisa funciona, as fábricas chinesas começam a produzir os produtos que todos estão procurando", disse, citando como exemplo as máscaras de proteção durante a pandemia. O país exportou 220 bilhões de máscaras no ano passado, o equivalente a U$ 52,6 bilhões (R$ 286 bilhões).
Por isso, diz, atualmente a China aposta na falta de energia no continente europeu produzindo cobertores elétricos de baixo custo. O preço de venda é de cerca de € 26 (o equivalente a R$ 134). A China também investe em produtos para a Copa do Mundo do Catar, que começa em novembro.
Segundo as mídias estatais, as fábricas da cidade de Cixi, na costa leste, exportaram cerca de 1,29 milhão cobertores em julho para os 27 países da União Europeia. O número representa um aumento de 15% em relação a 2020.
Acordo da UE prevê redução do consumo
Em setembro, os ministros europeus da Energia chegaram a um acordo político sobre medidas de emergência para tentar conter os elevados valores das contas de energia, antes da chegada antecipada do inverno.
O acordo inclui uma redução obrigatória da demanda de eletricidade, um teto para os lucros de produtores de energia não baseados em gás e uma contribuição solidária de geradores de energia baseados em combustíveis fósseis. A meta é atingir uma redução de 5% no consumo em horários críticos até março de 2023, o que poderia beneficiar ainda mais os produtos chineses.
(RFI e AFP)
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