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Telescópio James Webb registra imagem inédita e "mais profunda" do universo

Após anos de espera, o telescópio James Webb, o mais poderoso já colocado em órbita, revelou na segunda-feira (13) "a imagem infravermelha mais profunda e nítida do universo primordial" jamais feita. Segundo a Agência Espacial Americana (Nasa), o registro mostra galáxias formadas pouco depois do Big Bang, há mais de 13 bilhões de anos. 

O telescópio James Webb conseguiu registrar milhares de galáxias por meio de seu mecanismo infravermelho ao atravessar nuvens de poeira cósmica e detectar a luz das primeiras estrelas.
O telescópio James Webb conseguiu registrar milhares de galáxias por meio de seu mecanismo infravermelho ao atravessar nuvens de poeira cósmica e detectar a luz das primeiras estrelas. LUSA - NASA
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A imagem, repleta de pontos de luz de vários tamanhos, apresenta também objetos de pouca luminosidade que nunca haviam sido observados. É um dia "histórico", celebrou o presidente Joe Biden durante a apresentação na Casa Branca.

O James Webb conseguiu registrar milhares de galáxias por meio de seu mecanismo infravermelho ao atravessar nuvens de poeira cósmica e detectar a luz das primeiras estrelas. Para realizar a imagem, o James Webb precisou de um tempo de observação de 12,5 horas. 

Segundo a Nasa, trata-se da primeira imagem de "campo profundo" do Webb, feita com um prolongado tempo de exposição, que possibilita a detecção das luzes mais fracas. Ao atuar como uma espécie de lupa, o telescópio revelou objetos do cosmos muito distantes como um grupo de galáxias chamado SMACS 0723, graças a um efeito conhecido como lente gravitacional. 

Imagens de duas nebulosas

Ainda que os cinco primeiros alvos da lente do telescópio já tivessem sido anunciados na semana passada, as imagens foram mantidas sob segredo, o que criou um grande suspense. Nesta terça-feira (12), a Nasa revelará outros registros em um evento online muito aguardado. Além de uma grande expectativa pela beleza, eles também devem demonstrar o poder dos instrumentos científicos a bordo.

Ao que tudo indica, serão apresentadas duas nebulosas - gigantescas nuvens de poeira e gás onde nascem as estrelas - a de Carina e a do Anel do Sul. Outro alvo do telescópio é o Quinteto de Stephan, um grupo de galáxias que interagem entre si. 

Especialistas poderão começar a interpretar os dados compilados em breve. Essa etapa será o ponto de partida para vários anos de pesquisa sobre o universo, que prometem ser emocionantes.

O Webb também fez uma espectroscopia - análise de luz que revela informações detalhadas - de um enorme planeta gasoso chamado WASP-96 b, descoberto em 2014. A cerca de 1.150 anos-luz da Terra, ele tem cerca de metade da massa de Júpiter e gira ao redor de sua estrela em apenas 3,4 dias.

Novas descobertas sobre os exoplanetas

Os exoplanetas, que orbitam ao redor de uma estrela diferente do nosso Sol, também são uma importante área de investigação do telescópio espacial. Desde 1995, foram descobertos em torno de 5.000 corpos celestes deste tipo, mas eles ainda são rodeados de muitos mistérios. O Webb tentará obter dados que permitam estudar a sua atmosfera e determinar se podem ser habitáveis ou aptos a desenvolver vida.

A divulgação das primeiras imagens marca o fim de anos de espera para astrônomos de todo o mundo e também o começo de uma aventura científica. Lançado em dezembro de 2021 da Guiana Francesa junto ao foguete Ariane 5, o telescópio James Webb orbita o Sol a uma distância de 1,6 milhão de quilômetros da Terra, em uma região do espaço conhecida como o segundo ponto de Lagrange.

Considerado uma maravilha da engenharia, o custo total do projeto é estimado em US$ 10 bilhões, o que o torna a plataforma científica mais cara já construída. A Nasa estima que o James Webb possa ter uma vida útil de 20 anos, tempo em que o telescópio trabalhará junto ao Hubble e o Spitzer para responder às perguntas fundamentais sobre o cosmos.

(Com informações da AFP

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