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Moradores de Xangai retomam liberdade após 2 meses de confinamento

A capital econômica da China, Xangai, voltou à normalidade nesta quarta-feira (1°) com a flexibilização de muitas das restrições para conter a epidemia de Covid-19. Um alívio para os 25 milhões de moradores, após dois meses de um lockdown que enfureceu a população e estrangulou a economia.

Moradores passam tempo ao ar livre em um parque de Xangai, após o fim das restrições sanitárias. Em Xangai, China, em 1º de junho de 2022. REUTERS/Aly Song
Moradores passam tempo ao ar livre em um parque de Xangai, após o fim das restrições sanitárias. Em Xangai, China, em 1º de junho de 2022. REUTERS/Aly Song REUTERS - ALY SONG
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Desde o final de março, Xangai foi fechada em etapas, em resposta a um surto nacional de coronavírus, o mais forte desde 2020. Depois de já terem relaxado diversas restrições nas últimas semanas, as autoridades permitiram que moradores de áreas consideradas de “baixo risco” circulem livremente na cidade.

Enquanto funcionários da prefeitura retiravam as barreiras que cercavam os prédios, os cidadãos, de máscaras, aproveitavam seus primeiros passos em liberdade. “Tenho a impressão de que é um sonho, como se tudo que passamos nas últimas semanas tivesse desaparecido”, disse à RFI a moradora Zhao. “No metrô, essa manhã, não tinha muita gente e os agentes de controle verificavam nossos ‘passes sanitários’ na entrada. Hoje à noite, quando eu voltar para casa, acho que vou relaxar um pouco e talvez eu vá ao supermercado perto de onde moro", acrescentou.

Os moradores foram autorizados a retornar aos locais de trabalho, mas com a obrigatoriedade de provar que não têm Covid para usar o metrô e os demais transportes públicos, que voltaram a funcionar na cidade.

Nas lojas, os funcionários se prepararam para receber os clientes. "Este é o momento que esperávamos há muito tempo", comemorou o governo municipal de Xangai nas redes sociais. O retorno à normalidade, no entanto, ainda não é completo e mais de meio milhão de pessoas continuam submetidas a restrições severas.

Os centros comerciais, supermercados, farmácias e salões de beleza podem funcionar apenas com 75% de sua capacidade. Academias de ginástica e cinemas continuam fechados e a reabertura das escolas será examinada caso a caso.

Restrições geraram revolta

O confinamento da maior cidade da China irritou a população. Chen Ying, que trabalha com comércio eletrônico, continuará trabalhando de casa, mas aproveitará a flexibilização para passear com o filho de dois anos. "Deveríamos ser livres desde o início, então não esperem que eu esteja profundamente agradecida", disse à AFP.

Apesar do aumento vertiginoso de casos positivos em março, o governo municipal descartou, em um primeiro momento, o confinamento, alegando a importância de Xangai para a economia. Porém, as autoridades mudaram de ideia no início de abril e decidiram confinar toda a cidade. Alguns moradores já estavam isolados antes mesmo dessa data.

Durante o período de confinamento, muitas pessoas reclamaram dos problemas de abastecimento de produtos frescos e de acesso ao atendimento de saúde não vinculado à epidemia.

O confinamento de Xangai foi o segundo maior na China, desde o início da pandemia. Em 2020, o isolamento em Wuhan, a primeira cidade afetada pelo vírus, durou 76 dias.

Depois de mais de dois anos de pandemia, a China é a única grande economia mundial que persiste na estratégia "Covid zero", que consiste em buscar a erradicação total do vírus em seu território com restrições severas.

Reflexos na economia

A estratégia, entretanto, afetou a economia do país, minando a produção, limitando o consumo e interrompendo significativamente as cadeias de abastecimento. A produção industrial recuou 2,9% em abril, em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o departamento de estatísticas do país.

"A tarefa de acelerar a recuperação social e econômica é cada vez mais urgente", reconheceu o governo municipal de Xangai.

(Com informações da RFI e AFP)

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