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Covid-19: Queda de exportações chinesas gera temores de escassez no Japão

No Japão, as prateleiras dos supermercados começam a ficar vazias. Devido à política “zero Covid” de Xi Jinping, com rígidos lockdowns impostos em Xangai e em Pequim, o funcionamento das empresas chinesas que exportam produtos em toda Ásia, inclusive para os japoneses, está perturbado.

Duas mulheres usando máscaras de proteção olham uma vitrine de uma marca de luxo em um bairro de Tóquio, no Japão, em 15 de fevereiro de 2022. O país começa a temer um desabastecimento devido a problemas na importação de produtos da China.
Duas mulheres usando máscaras de proteção olham uma vitrine de uma marca de luxo em um bairro de Tóquio, no Japão, em 15 de fevereiro de 2022. O país começa a temer um desabastecimento devido a problemas na importação de produtos da China. REUTERS - KIM KYUNG-HOON
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Bruno Duval, correpondente da RFI em Tóquio

No Japão, aparelhos de ar-condicionado, cosméticos, roupas e máquinas fotocopiadoras “made in China” se tornaram objetos raros. Falta de produtos nos estoques, atrasos nas entregas e clientes descontetes viraram problemas quotidianos para os vendedores.

“Não aceitamos mais enconmendas para lavadoras de roupa, panelas de pressão elétricas, fornos micro-ondas ou ares-condicionados. Pedimos aos clientes que voltem dentro de um mês e explicamos que talvez ainda não tenhamos recebido o produto até o fim do verão”, que começa em junho no hemisfério norte, diz um vendedor entrevistados pela RFI, que trabalha em uma loja de eletrodomésticos.

“É terrível, nossos estoques diminuem a olhos vistos. Neste rítmo, corremos o risco de ter que fechar a loja em um mês ou dois porque não teremos mais nada para vender”, diz outro vendedor que trabalha em uma loja de bicicletas.

“Para piorar a situação, a cotação do alumínio explodiu desde o começo da guerra da Ucrânia, o que vai deixar as bicicletas ainda mais caras. Como se o problema chinês não fosse suficiente”, lamenta.

Desaceleração com a pandemia

A economia japonesa está demorando a retomar ao rítmo anterior  à pandemia. A ruptura da cadeia de abastecimento chinesa chega em um mau momento, de acordo com o analista financeiro Toshihiro Nagahama.

“A China era o primeiro parceiro comercial do Japão, as perturbações causadas pela política ‘zero Covid’ representam perdas de quase um bilhão de euros por mês para o PIB japonês”, constata o analista.

Mais de dois terços das empresas do Japão afirmam que foram prejudicadas pelas medidas de confinamento impostas na China.

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