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Covid-19: Pequim teme "onda de pânico" provocada por alta de casos

A prefeitura da capital chinesa pediu "calma" nesta quarta-feira (23), temendo que a população "entre em pânico", diante do aumento de casos de Covid-19. A situação levou o governo a transformar estádios em centros de quarentena.

Profissionais da saúde testam moradores em um edíficio de Pequim, em 20 de março de 2022
Profissionais da saúde testam moradores em um edíficio de Pequim, em 20 de março de 2022 © Xihao Jiang / Reuters
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Vários bairros de Pequim já instituíram o lockdown para seus moradores, mas muitos habitantes temem que toda a cidade seja submetida ao isolamento, e já começaram a estocar comida. "Esperamos que as pessoas não acreditem nos boatos e não espalhem rumores que causam pânico", disse o responsável pelo serviço municipal de saúde da cidade, Wu Jinglei. 

Alguns sites de e-commerce que foram submetidos a uma forte demanda dos moradores isolados chegaram a sair do ar. "As pessoas que iam aos aos supermercados agora estão fazendo compras pela internet", disse o porta-voz do site Dingdong Maicai, um dos mais conhecidos da China. As autoridades afirmam que o abastecimento da cidade será assegurado.

A China enfrenta uma onda epidêmica provocada pela variante ômicron - a maior desde o início de 2020, quando surgiu o SARS-Cov-2 no país, desencadeando uma das maiores epidemias da história. O primeiro surto, há dois anos, foi controlado rapidamente, graças às medidas rígidas adotadas pelo governo, que fechou as fronteiras e adotou políticas de isolamento radicais.

Ao mesmo tempo, a população foi pouco exposta às infecções naturais e já se sabe que as vacinas, hoje, não bastam para evitar as contaminações pela ômicron e pela sua subvariante, BA.2, cerca de 30% mais contagiosa.

Apesar das medidas de precaução, o número de casos registrado atualmente na China é extremamente baixo se comparado ao de outros países. Nas últimas 24 horas, Pequim, que tem cerca de 25 milhões de habitantes, registrou 981 novas contaminações - apenas quatro sintomáticas. Em todo o país,  foram registrados 5.000 casos nesta quarta-feira. O país adota a política conhecida como "zero covid", que consiste em impedir que o vírus se propague com medidas rígidas de contenção.

A título de comparação, a França, com cerca de 66 milhões de habitantes, registrou, nas últimas 24 horas, mais de 180 mil casos, e não adotou restrições para controlar a propagação do vírus.

Adepta de restrições rígidas. Nova Zelândia vai flexiblizar as medidas anticovid.
Adepta de restrições rígidas. Nova Zelândia vai flexiblizar as medidas anticovid. REUTERS - FIONA GOODALL

Nova Zelândia flexibiliza medidas

A Nova Zelândia, que também adotou uma política rígida de controle da epidemia, flexibilizará grande parte das medidas, anunciou a primeira-ministra Jacinda Ardern. Segundo ela, a população adquiriu níveis elevados de imunidade com os contágios e a vacinação e isso justifica sua decisão.

Na sexta-feira, anunciou, as reuniões ao ar livre não terão mais um número limitado de pessoas, assim como as  apresentações artísticas ou os eventos esportivos.

Os passaportes de vacinação também não serão mais necessários a partir de 4 de abril e o país suspenderá os decretos impondo a obrigatoriedade da vacina para os trabalhadores, que podiam ser demitidos sem a imunização. "Isto não representa o fim da epidemia, mas de muitas formas é também um novo começo", disse Ardern, antes de afirmar que a "Covid veio para ficar".

"Até agora tivemos mais de 500 mil casos registrados de Covid-19 e os especialistas afirmam que provavelmente foram registradas 1,7 milhão de infecções reais em uma população de 5 milhões", completou. "Este número, junto aos 95% de neozelandeses completamente vacinados, significa que agora temos um elevado nível de imunidade coletiva", explicou.

Durante grande parte da pandemia, a Nova Zelândia aplicou uma política rígida de contenção, com o fechamento de fronteiras e fortes restrições, o que permitiu manter o vírus sob controle. Atualmente, o país vive uma onda de infecções da variante ômicron, com 21 mil novos casos nesta terça-feira, mas que não provocou um aumento das mortes. Apenas 177 pessoas morreram desde o início da pandemia.

(Com informações da AFP)

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