Covid-19: Pequim teme "onda de pânico" provocada por alta de casos
A prefeitura da capital chinesa pediu "calma" nesta quarta-feira (23), temendo que a população "entre em pânico", diante do aumento de casos de Covid-19. A situação levou o governo a transformar estádios em centros de quarentena.
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Vários bairros de Pequim já instituíram o lockdown para seus moradores, mas muitos habitantes temem que toda a cidade seja submetida ao isolamento, e já começaram a estocar comida. "Esperamos que as pessoas não acreditem nos boatos e não espalhem rumores que causam pânico", disse o responsável pelo serviço municipal de saúde da cidade, Wu Jinglei.
Alguns sites de e-commerce que foram submetidos a uma forte demanda dos moradores isolados chegaram a sair do ar. "As pessoas que iam aos aos supermercados agora estão fazendo compras pela internet", disse o porta-voz do site Dingdong Maicai, um dos mais conhecidos da China. As autoridades afirmam que o abastecimento da cidade será assegurado.
A China enfrenta uma onda epidêmica provocada pela variante ômicron - a maior desde o início de 2020, quando surgiu o SARS-Cov-2 no país, desencadeando uma das maiores epidemias da história. O primeiro surto, há dois anos, foi controlado rapidamente, graças às medidas rígidas adotadas pelo governo, que fechou as fronteiras e adotou políticas de isolamento radicais.
Ao mesmo tempo, a população foi pouco exposta às infecções naturais e já se sabe que as vacinas, hoje, não bastam para evitar as contaminações pela ômicron e pela sua subvariante, BA.2, cerca de 30% mais contagiosa.
Apesar das medidas de precaução, o número de casos registrado atualmente na China é extremamente baixo se comparado ao de outros países. Nas últimas 24 horas, Pequim, que tem cerca de 25 milhões de habitantes, registrou 981 novas contaminações - apenas quatro sintomáticas. Em todo o país, foram registrados 5.000 casos nesta quarta-feira. O país adota a política conhecida como "zero covid", que consiste em impedir que o vírus se propague com medidas rígidas de contenção.
A título de comparação, a França, com cerca de 66 milhões de habitantes, registrou, nas últimas 24 horas, mais de 180 mil casos, e não adotou restrições para controlar a propagação do vírus.
Nova Zelândia flexibiliza medidas
A Nova Zelândia, que também adotou uma política rígida de controle da epidemia, flexibilizará grande parte das medidas, anunciou a primeira-ministra Jacinda Ardern. Segundo ela, a população adquiriu níveis elevados de imunidade com os contágios e a vacinação e isso justifica sua decisão.
Na sexta-feira, anunciou, as reuniões ao ar livre não terão mais um número limitado de pessoas, assim como as apresentações artísticas ou os eventos esportivos.
Os passaportes de vacinação também não serão mais necessários a partir de 4 de abril e o país suspenderá os decretos impondo a obrigatoriedade da vacina para os trabalhadores, que podiam ser demitidos sem a imunização. "Isto não representa o fim da epidemia, mas de muitas formas é também um novo começo", disse Ardern, antes de afirmar que a "Covid veio para ficar".
"Até agora tivemos mais de 500 mil casos registrados de Covid-19 e os especialistas afirmam que provavelmente foram registradas 1,7 milhão de infecções reais em uma população de 5 milhões", completou. "Este número, junto aos 95% de neozelandeses completamente vacinados, significa que agora temos um elevado nível de imunidade coletiva", explicou.
Durante grande parte da pandemia, a Nova Zelândia aplicou uma política rígida de contenção, com o fechamento de fronteiras e fortes restrições, o que permitiu manter o vírus sob controle. Atualmente, o país vive uma onda de infecções da variante ômicron, com 21 mil novos casos nesta terça-feira, mas que não provocou um aumento das mortes. Apenas 177 pessoas morreram desde o início da pandemia.
(Com informações da AFP)
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