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Premiê israelense chega a Abu Dhabi para visita histórica aos Emirados Árabes

Naftali Bennett chegou neste domingo (12) aos Emirados Árabes Unidos. Esta é a primeira visita oficial de um chefe de governo israelense à monarquia do Golfo, que normalizou suas relações com Israel em 2020. A questão iraniana deve ser abordada durante a visita "histórica" do primeiro-ministro.

O primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett,chegou na noite deste domingo, 12 de dezembro de 2021,aos Emirados Árabes Unidos para a primeira visita oficial de um chefe de governo israelense à monarquia do Golfo.
O primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett,chegou na noite deste domingo, 12 de dezembro de 2021,aos Emirados Árabes Unidos para a primeira visita oficial de um chefe de governo israelense à monarquia do Golfo. GIL COHEN-MAGEN AFP/File
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Com informações do correspondente da RFI em Jerusalém, Michel Paul

A visita não foi anunciada antecipadamente e nenhum jornalista acompanhou o primeiro-ministro Naftali Bennet no avião oficial que o levou até Abu Dhabi. Um encontro com o príncipe herdeiro, o xeique Mohamed bin Zayed, é o ponto centro da viagem relâmpago. O encontro está previsto para a manhã desta segunda-feira (13).

Um comunicado do gabinete de Bennett indicou que o objetivo da visita é reforçar “os laços” entre os dois países que normalizaram suas relações há pouco mais de um ano, em setembro de 2020. Segundo a imprensa de Israel, a questão iraniana, tema que mais preocupa as autoridades israelenses neste momento, também está na pauta de discussões.

Os dois líderes devem discutir ainda sobre "questões econômicas e regionais que contribuam para a riqueza, prosperidade e fortalecimento da estabilidade" entre Israel e Emirados.

Bennett disse antes de embarcar que a visita "histórica" tem como objetivo “aprofundar a cooperação em todos os âmbitos. As relações são excelentes, devemos cultivá-las, fortalecê-las e construir a paz entre os povos", afirmou em um vídeo divulgado por seu gabinete.

Em julho passado, o ministro israelense das Relações Exteriores, Yaïr Lapid, fez uma viagem inédita aos Emirados para inaugurar a embaixada de Israel de Abu Dhabi e o consulado de Dubai. Na ocasião, vários acordos de parceria entre os dois países foram assinados.

Questão iraniana

A visita ocorre no momento em que foram retomadas em Viena as negociações para salvar o acordo nuclear iraniano entre Teerã e as principais potências (Estados Unidos, Rússia, China, França, Alemanha e Reino Unido). As negociações foram criticadas por Israel, que pede a Washington a suspensão do diálogo e a adoção de "medidas concretas" contra o Irã.

O acordo, que suspendia algumas das sanções econômicas contra o Irã em troca de uma drástica redução de seu programa nuclear, sob um controle rígido da ONU, está paralisado desde que Estados Unidos, na época da presidência Trump, se retiraram unilateralmente do pacto em 2018. Washington restabeleceu as sanções, o que levou Teerã a desobedecer a maioria de seus compromissos.

Os Emirados compartilham com Israel a preocupação com o Irã, mas continuam sendo um importante sócio econômico da República Islâmica. No início de dezembro, o assessor de segurança nacional do país, o xeique Tahnun bin Zayed, fez uma viagem emblemática a Teerã. Foi a primeira visita de um alto funcionário dos Emirados ao país desde que as relações entre Irã e Arábia Saudita se romperam em 2016 depois que Riad executou um influente religioso xiita. Depois disso, os Emirados haviam reduzido os vínculos diplomáticos com Teerã

‘Acordos de Abraão’

Em 15 de setembro de 2020, Emirados Árabes Unidos e Bahrein se tornaram os primeiros países árabes do Golfo a normalizar publicamente suas relações com Israel, sob o impulso do então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Os chamados 'Acordos de Abraão' também geraram pactos semelhantes com Marrocos e Sudão. Eles foram assinados pelo ex-primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e aprovados pela atual coalizão no poder em Israel.

Os palestinos denunciam os acordos como uma traição, já que a resolução do conflito israelense-palestino foi durante muito tempo uma condição para qualquer normalização das relações entre os países árabes e Israel.

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