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Jerusalém registra mais um dia de violência após novos confrontos com palestinos

Os palestinos e as forças de segurança israelenses se enfrentaram novamente neste sábado (24) à noite, nos arredores da Cidade Velha de Jerusalém, apesar de os confrontos terem sido menos intensos que nos dias anteriores.

Novos confrontos foram registrados em Jerusalém Oriental na noite deste sábado
Novos confrontos foram registrados em Jerusalém Oriental na noite deste sábado AP - Maya Alleruzzo
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Em Jerusalém Oriental, centenas de policiais foram enviados no sábado à noite aos arrredores para evitar mais violência, após dias de confrontos entre judeus de extrema direita, palestinos e forças de segurança. No Portão de Damasco, um dos principais acessos à Esplanada das Mesquitas, na Cidade Velha, ocorreram confrontos leves após a última oração do dia, em pleno Ramadã. Seis palestinos ficaram feridos, de acordo com o Crescente Vermelho palestino. Cinco deles foram atendidos no local.

Alguns palestinos lançaram garrafas de água na polícia, que respondeu com bombas de efeito moral. Vários jovens colocaram fogo em lixeiras em ruas próximas. Palestinos também lançaram pedras e coquetéis molotov contra a passagem de fronteira de Qalandiya, entre Jerusalém e a Cisjordânia ocupada, de acordo com a polícia.

"Acima de tudo, queremos manter a lei e a ordem pública. Agora, exigimos que a lei seja respeitada e peço a todas as partes que se acalmem", declarou Netanyahu horas antes em um comunicado, após uma reunião de emergência com autoridades de segurança israelense.

Netanyahu também declarou que o exército israelense está "preparado para qualquer cenário" na Faixa de Gaza, após o disparo de 30 foguetes no sul de Israel, na noite de sexta-feira. Em represália, tanques, caças e helicópteros militares atacaram as posições do Hamas, segundo o exército. O braço armado do Hamas, o movimento islâmico palestino que governa Gaza, deu seu apoio aos palestinos em Jerusalém Oriental e ameaçou Israel.

Foguetes são disparados da Faixa de Gaza

Mais três foguetes foram disparados da Faixa de Gaza na noite de sábado: um foi interceptado pelo escudo antimísseis israelense, outro explodiu em um terreno baldio e o último caiu na Faixa de Gaza, de acordo com o exército. As tensões vêm aumentando em função dos incidentes nos últimos dias entre judeus e palestinos em Jerusalém Oriental.

Os confrontos mais violentos aconteceram na quinta-feira à noite, depois de uma manifestação de partidários de um movimento judeu de extrema direita que gritava "Morte aos árabes". As forças israelenses, mobilizadas para essa manifestação, bloquearam o avanço dos palestinos. 

"Linha vermelha"

"Queremos manter a liberdade de culto como todos os anos para todos os habitantes e turistas de Jerusalém", disse Netanyahu em referência à oração na Esplanada das Mesquitas, o lugar sagrado do Islã, no meio do mês do Ramadã. Diante da  tensão crescente com os palestinos, o chefe do Estado-Maior israelense, Aviv Kochavi, decidiu adiar uma visita aos Estados Unidos que já estava planejada.

Os confrontos nos últimos dias em Jerusalém começaram depois que a polícia impediu que a população se sentasse nos degraus ao redor do Portão de Damasco, onde os palestinos costumam se reunir durante o período do Ramadã. E como os judeus de extrema direita planejaram se manifestar perto desse grande portão que leva à Cidade Velha, muitos palestinos viram isso como uma provocação e uma tentativa de assumir o controle desse lugar simbólico.

O enviado especial da ONU para o Oriente Médio, Tor Wennesland, pediu no sábado "que todas as partes exerçam o máximo de contenção e evitem uma nova escalada". "Os atos provocativos em Jerusalém devem parar. O lançamento indiscriminado de foguetes em áreas povoadas viola a lei internacional e deve parar imediatamente", continuou em um comunicado.

Os Estados Unidos disseram estar "profundamente preocupados". A Jordânia, que administra os lugares sagrados muçulmanos na Cidade Velha, condenou os "ataques racistas" israelenses  e advertiu que Jerusalém era "uma linha vermelha". O Irã, inimigo de Israel, condenou "as agressões do regime sionista e dos colonos".

(Com informações da AFP)

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