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Acordo entre Emirados Árabes Unidos e Israel dificulta paz no Oriente Médio, dizem palestinos

A normalização das relações entre Israel e os Emirados Árabes Unidos vai acabar com a solução dos dois Estados, "reforçar os extremistas" e dificultar a instauração de um processo de paz entre Israel e Palestina. Esta é a opinião de grupos como a Autoridade Palestina, presidida pelo líder Mahmoud Abbas. 

Para o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, o acordo entre os Emirados Árabes e Israel "é uma traição."
Para o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, o acordo entre os Emirados Árabes e Israel "é uma traição." ABBAS MOMANI / AFP
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De acordo com um comunicado da agência palestina Wafa, divulgado neste domingo (16), Abbas disse que os "Emirados Árabes, assim como os outros países, não podiam falar em nome do povo palestino." O compromisso mediado por Washington prevê a suspensão da anexação de territórios ocupados.

Além disso, o presidente da Autoridade Palestina reiterou que seu grupo não aceitaria que "a causa fosse utilizada como uma desculpa para justificar essa normalização". A classe política palestina, incluindo o grupo islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza, criticou o acordo em peso, apesar dele ter sido julgado como "histórico" pelo premiê israelense Benjamin Netanyahu. 

Na opinião dos palestinos, o compromisso mediado por Washington coloca um fim à solução dos dois Estados, que viabilizaria uma co-existência de Israel e da Palestina. Segundo o negociador chefe dos palestinos, Saëb Erekat, "Netanyahu seria capaz de discutir essa solução se isso significasse obter a paz com os países árabes", sem viabilizar de fato essa demanda.

"Isso reforça os extremistas israelenses e os extremistas de nosso lado", declarou, qualificando o acordo de "tentativa desesperada dos Estados Unidos de salvar o plano Trump para o Oriente Médio", que prevê, entre outros pontos, que Jerusalém continue sendo a capital indivísvel de Israel.

De acordo com Erekat, os palestinos pediram reuniões urgentes com a Liga Árabe e a Organização para a Cooperação Islâmica, mas não obtiveram retorno. O negociador também pediu à Árabia Saudita e ao Bahrein que fizessem pressão sobre os Emirados Árabes para cancelar o compromisso.

Macron conversa com Abbas

O presidente francês, Emmanuel Macron, elogiou a coragem dos Emirados Árabes pedindo uma paz "justa e duradoura" entre palestinos e israelenses. Neste domingo (16), o presidente francês conversou pelo telefone com Abbas, para reiterar que as negociações de paz no Oriente Médio continuavam sendo uma "prioridade" para Paris, de acordo com uma mensagem publicada no Twitter. Macron convidou o líder palestino para uma reunião em Paris. Abbas aceitou o encontro, desde que "a data seja estabelecida rapidamente".

 

 

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