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Caxemira/ Internet

Há 6 meses sem Internet, região da Caxemira tem economia paralisada

Em 5 de agosto do ano passado, o governo federal indiano revogou a autonomia da região e cortou, ao mesmo tempo, toda comunicação telefônica e por Internet. Desde então, a região da Caxemira tem grande parte da sua economia paralisada. Sébastien Farcis, correspondente da RFI em Nova Deli

Jornalistas da Caxemira manifestam contra o corte da Internet pelo governo indiano em Srinagar, em 12 de outubro de 2019.
Jornalistas da Caxemira manifestam contra o corte da Internet pelo governo indiano em Srinagar, em 12 de outubro de 2019. Tauseef MUSTAFA / AFP
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As comunicações por celular voltaram, mas o acesso à rede continua limitado. Alguns habitantes têm acesso restrito ao 2G desde janeiro, mas a conexão é lenta. Uma pesquisa no Google pode durar mais de um minuto e a escolha é limitada porque o governo autoriza o acesso a apenas 300 sites, principalmente os administrativos ou de alguns jornais. As redes sociais estão vetadas para impedir que militantes contra a revogação da autonomia da Caxemira usem as redes sociais para organizar manifestações ou ações violentas.

A Câmara de Comércio da Caxemira considera que o corte nas comunicações durante os quatro primeiros meses tinha gerado um prejuízo de € 2 bilhões. Os setores mais importantes da região, como o artesanato e o turismo, ainda sofrem. Com uma conexão lenta, é difícil vender os produtos na Internet ou entrar em contato com os clientes.

As consequências podem ser mais graves: os médicos não podem receber os resultados de exames de maneira rápida, impedindo diagnósticos de doenças, o que já custou a vida de pacientes.

Esta situação é uma das mais longas impostas em uma democracia. Para driblar a censura, muitos usam sistemas virtuais de conexão chamadas VPN, mas o risco é grande. Os que são pegos, podem ser processados por atividade terrorista.

Governo indiano questionado

A Corte Suprema reconheceu que o acesso à Internet era um dos componentes fundamentais da liberdade de expressão e repreendeu as autoridades que não publicaram as razões nem a duração prevista para o corte, dando a impressão que a Caxemira tinha se transformado em uma “terra de ninguém”.

Dezenas de responsáveis políticos da região estão presos de maneira arbitrária há sete meses. Nova Deli afirma que a calma voltou à Caxemira, mas a situação é precária.

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