Retirada de tropas americanas do Afeganistão poderia deixar Cabul nas mãos dos talibãs
Após 18 anos no Afeganistão, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, negocia a retirada das tropas americanas do país. Essa é a manchete do jornal Le Figaro nesta sexta-feira (27). Mas o fim da missão militar no país poderia entregar Cabul aos talibãs, segundo o jornal.
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A ofensiva militar começou logo depois dos atentados do 11 de setembro de 2011, para caçar o Al Qaeda e tirar os talibãs do poder e custou aos Estados Unidos 2300 homens e US$ 3 trilhões de dólares. Apesar dos valores, a missão teve poucos resultados além da eliminação de Osama Bin Laden.
Donald Trump exige, antes de deixar o país, o aumento do poder do presidente afegão, Ashraf Ghani. Mas os talibãs recusam, porque o consideram corrupto e ilegítimo. Além disso, os americanos querem a promessa formal de que o país não conceda mais asilo a grupos terroristas hostis aos Estados Unidos e que os direitos das mulheres serão respeitados.
Enquanto Trump prometeu a retirada completa de suas tropas do Afeganistão até 3 de novembro de 2020, os talibãs não têm pressa de cumprir suas exigências e multiplicam atentados, "reciclando os grandes princípios de uma insurreição vitoriosa", segundo o Figaro. Para o jornal o fracasso dos objetivos de retirada das tropas é patente.
A missão de combate no país não diminuiu e o Afeganistão nunca foi tão bombardeado, com mais 6.208 mísseis e bombas usados até outubro deste ano. Atualmente, 8.600 soldados americanos estão no Afeganistão. Para especialistas citados por Le Figaro, se este número diminuir, será difícil manter a coleta de informações suficiente para evitar que o país se transforme em um santuário de terroristas.
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