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Índia/censo

Censo é visto como ameaça a grupos minoritários na Índia, em meio a polêmica sobre islamofobia

O governo indiano aprovou um orçamento de € 500 milhões para a implementação em 2020 de um novo censo populacional. O objetivo desta medida é estabelecer um registro detalhado das pessoas residentes no país, mas parte da população teme que se trate de um disfarce para catalogar minorias consideradas indesejáveis na Índia, como os muçulmanos.

O ministro do Interior da Índia, Amit Shah.
O ministro do Interior da Índia, Amit Shah. MONEY SHARMA / AFP
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Antoine Guinard, correspondente da RFI em Nova Délhi

O novo censo populacional foi aprovado apesar de numerosos protestos populares contra o governo nacionalista hindu de Narendra Modi. Organizadas na Índia desde 11 de dezembro, as numerosas manifestações reuniram milhões de indianos e contestam uma lei de cidadania controversa, acusada de discriminar indianos de fé muçulmana.

O ministro do Interior, Amit Shah, tentou rapidamente tranquilizar seus concidadãos. "Não há ligação entre este novo censo, ou registro nacional da população, e um possível registro nacional de cidadãos", anunciou.

No entanto, os opositores do partido nacionalista hindu no poder temem especificamente que a nova medida ajude a elaborar uma lista de pessoas que possam ter sua nacionalidade retirada.

Governo continua a ganhar força

O Registro Nacional da População, ou NPR, como já é chamado o novo censo, deve estabelecer um banco de dados de todas as pessoas que vivem em território indiano.

Qualquer cidadão do país, como qualquer pessoa que resida por 6 meses na Índia ou planeja morar no país nos próximos 6 meses, deve fornecer uma série de documentos como passaporte, carteira de motorista, carteira de eleitor e o documento de identidade biométrico indiano.

O censo deve começar em setembro de 2020. A medida é percebida como um sinal de que o governo continua a ganhar força diante do movimento de protesto contra a nova lei de cidadania, criticada pelo caráter islamofóbico. Manifestações contra a lei já resultaram na morte de 20 pessoas em todo o país nas últimas duas semanas.

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