Rússia e China vetam ajuda humanitária da ONU à Síria
Rússia e China vetaram no Conselho de Segurança da ONU, nesta sexta-feira (20), um projeto de resolução de Alemanha, Bélgica e Kuwait para estender por um ano a ajuda humanitária transfronteiriça das Nações Unidas para 4 milhões de sírios. Os outros 13 membros do Conselho votaram a favor do texto.
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Este foi o 14º veto da Rússia a uma resolução sobre a Síria desde o início da guerra em 2011 e o segundo veto de Moscou em quatro meses a um texto de tipo humanitário relacionado a esse país.
As autoridades sírias "retomaram o controle sobre a maior parte do território", e essa resolução é "obsoleta", declarou o embaixador da Rússia na ONU, Vasili Nebenzia.
"Não há alternativa" a essa ajuda transfronteiriça, rebateu a embaixadora adjunta da França, Anne Gueguen, que classificou a decisão da Rússia de "irresponsável". Uma postura compartilhada pela embaixadora americana na organização, Kelly Craft.
A autorização da ONU para a ajuda transfronteiriça expira em 10 de janeiro, e os membros do Conselho de Segurança esperam voltar a negociar um compromisso antes do fim deste prazo.
Rússia também vetou acordo de cessar-fogo
Em setembro, Moscou já havia vetado um texto sobre um cessar-fogo em Idlib, no noroeste da Síria, também apresentado por Alemanha, Bélgica e Kuwait.
O projeto votado nesta sexta-feira pedia que se estendesse por um ano a autorização transfronteiriça, em vigor desde 2014, com três pontos de passagem para a ajuda: dois na fronteira turca e um na fronteira iraquiana.
Na quarta-feira (18), em uma tentativa de atenuar a oposição russa, os coautores do projeto abriram mão do pedido de um quarto ponto de passagem na fronteira com a Jordânia - algo que já não se usa desde 2018.
Depois de vetar a proposta rival, a Rússia submeteu seu próprio texto à votação, mas não obteve os nove votos indispensáveis para sua adoção. Estados Unidos, França, Reino Unido, Polônia, Peru e República Dominicana votaram contra. Alemanha, Bélgica, Kuwait e Indonésia se abstiveram.
A ajuda humanitária transfronteiriça da ONU (comida, ajuda médica, entre outros) chega a cerca de 4 milhões de sírios, mas um total de 11 milhões de cidadãos desse país continuam recebendo ajuda internacional após mais de oito anos de guerra.
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