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Para apaziguar o país

Líbano: presidente Michel Aoun instrui novo premiê a formar governo

O acadêmico e ex-ministro da Educação do Líbano, Hassan Diab, que recebeu o apoio do poderoso movimento xiita Hezbollah, foi encarregado nesta quinta-feira (19), de formar um governo pelo presidente do país, Michel Aoun.

Hassan Diab em 2012, quando era Ministro da Educação no Líbano.
Hassan Diab em 2012, quando era Ministro da Educação no Líbano. AFP
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O presidente libanês Michel Aoun lançou consultas parlamentares nesta quinta-feira, adiadas várias vezes, para escolher um chefe de governo para substituir o ex-premiê Saad Hariri, que renunciou no final de outubro sob pressão dos manifestantes. Como esperado, sua escolha recaiu sobre Hassan Diab para o cargo de primeiro-ministro. Ele obteve 69 votos, e 39 deputados se abstiveram de nomear alguém.

Engenheiro pouco conhecido do público em geral, Hassan Diab foi ministro da Educação em um gabinete dominado pelo Hezbollah e seus aliados em 2011. O novo governo foi formado após o colapso da coalizão liderada na época por Saad Hariri, que anunciou na quarta-feira (18) que não era candidato.

Este sunita moderado de 60 anos se tornou então chefe do poder executivo, num momento em que o Líbano passa pela mais grave crise econômica e financeira de sua história, e o país enfrenta um movimento de protesto popular sem precedentes, segundo Paul Khalifeh, correspondente da RFI em Beirute.

Uma tarefa que promete ser difícil

Isso significa que a tarefa que Hassan Diab tem pela frente é imensa. Mas é necessário que ele consiga formar um governo. Mas nada parece garantido, porque o novo primeiro-ministro parece não ter o apoio dos sunitas, a comunidade à qual ele pertence dentro do sistema confessional libanês.

Os principais grupos parlamentares sunitas, incluindo o do ex-primeiro-ministro Saad Hariri, se abstiveram de nomear qualquer pessoa durante suas consultas com o chefe de Estado, nesta quinta-feira.

Hassan Diab foi escolhido pela maioria dos deputados xiitas e cristãos, e por uma pequena minoria de sunitas, aliados do Hezbollah. Sua tarefa será difícil, mesmo que seu perfil corresponda às demandas dos manifestantes, que exigem um primeiro ministro independente, que não seja aliado de partidos políticos tradicionais.

À beira do colapso econômico, o Líbano vive desde 17 de outubro uma revolta popular sem precedentes contra toda a classe dominante, acusada de corrupção e incompetência. Os manifestantes exigem a formação de um gabinete de tecnocratas independente da elite política, no poder desde o final da guerra civil (1975-1990).

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