Desafiando a China, EUA e países asiáticos iniciam manobras conjuntas no sul da Tailândia
Os exercícios militares começaram nesta segunda-feira (2) no sul do balneário de Pattaya, em meio à crescente disputa entre americanos e chineses para aumentar a influência na região.
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Oito navios de guerra, vários aviões de combate e mais de mil soldados devem participar dos exercícios conjuntos, previstos para durar cinco dias. Dez países asiáticos, membros da Associação das Nações da Ásia do Sul (Asean) participam das manobras ao lado da marinha americana: Malásia, Indonésia, Brunei, Vietnã, Camboja, Laos, Myanmar, Singapura, Tailândia e Filipinas.
De acordo com um comunicado divulgado pela embaixada dos Estados Unidos em Bangok, os exercícios ocorrerão principalmente no golfo da Tailândia e no mar da China meridional. Segundo o vice amiral Phil Sawyer, “eles permitirão um trabalho conjunto e prioridades comuns em termos de segurança marítima na região.”
Durante o mês de agosto, o chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, participou de uma cúpula regional dos membros da Asean para promover a estratégia na região do indo-pacífico, defendida pelo presidente americano Donald Trump. Diversas medidas foram anunciadas para promover a cooperação entre os países da região Indo-Pacífica.
Nova provocação contra a China
Entre as medidas estão o compartilhamento de informações entre os países da região e operações marítimas que incluem o bloqueio de passagens. “O objetivo é sempre o mesmo: ‘perturbar’ a China”, diz Laurent Césario professor de História da universidade de Artois, no norte da França, ouvido pela RFI. “É mais do que claro quem está sendo visado,” declara. “Também há um aumento da cooperação da guarda-costeira, o que é claramente contra a China. É um elemento extra de uma tensão que, por hora, ainda não é colossal”, ressalta. Para ele, os exercícios não modificam o equilíbrio regional.
Além da disputa comercial, China e os Estados Unidos disputam a influência no mar da China meridional, conhecido pelos seus recursos naturais, e cuja soberania é reivindicada por Pequim e países vizinhos como o Vietnã, as Filipinas, a Malásia ou o sultanato de Brunei. A região é de vital importância para o comércio mundial.
A China tenta impor sua presença instalando armamentos nas ilhas na região, por onde circulam cerca de U$ 5,3 bilhões em comércio internacional. Para os americanos, essas ações representam uma ameaça para a segurança na região. A marinha do país realiza com regularidade operações que visam mostrar seu poderio ao governo chinês.
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