Rebeldes invadem palácio presidencial do Iêmen, país em conflito há cinco anos
As forças separatistas do Iêmen anunciaram neste sábado (10) que tomaram o controle do palácio presidencial de Aden, no sul do país, após dias de combates com as forças pró-governamentais. A nação mais pobre da península árabe enfrenta um conflito sangrento há cinco anos.
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Aden é a capital "provisória" do governo do presidente iemenita Abd Rabo Mansur Hadi. Mas a tomada do palácio presidencial é sobretudo simbólica, já que o chefe de Estado se exilou na Arábia Saudita.
No entanto, a ação é vista como o ponto culminante de um conflito que começou em meados de 2014, quando rebeldes huthis, originários de uma vertente do xiismo, lançaram uma ofensiva contra as forças governamentais.
O Iêmen do Sul foi um estado independente até 1990 e os rebeldes lutam para restaurar essa separação. O ressentimento na parte sul do país contra os iemenitas do norte, que eles acusam de impor a integração, é uma das maiores fontes de tensões.
As lutas entre esses partidários de uma independência no sul do Iêmen e as forças leais ao presidente Abd Rabo Mansur Hadi, apoiadas por uma coalizão militar liderada pela Arábia Saudita e pelos Emirados Árabes Unidos, já deixaram milhares de mortos segundo as Nações Unidas.
Mais de 3 milhões de pessoas foram obrigadas a deixar suas casas em razão do conflito nesses cinco anos. De acordo com a ONU, “80% da população, o que correspondente a 24 milhões de pessoas, precisa de alguma forma de ajuda humanitária e proteção, dentre eles 14,3 milhões necessitam de ajuda urgente”.
A Unicef chegou a qualificar o Iêmen de “inferno na terra” para as crianças. Quase dois milhões de menores de cinco anos vivem em situação de “má nutrição aguda” no país.
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