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Tráfico/China

Como opera o tráfico de óvulos de jovens estudantes na China

Estudantes chinesas vendem seus óvulos para financiar seus estudos, alimentando um prolífico tráfico reprodutivo no país. O comércio de óvulos é proibido por lei na China, mas o tráfico continua, de acordo com o jornal Beijing Youth Daily, que dedicou uma reportagem investigativa ao assunto nesta segunda-feira (13). As meninas são escolhidas de acordo com critérios estéticos, seu nível de estudo e capacidade intelectual.

Estudantes chinesas na Universidade de Shenyang, em dezembro de 2018.
Estudantes chinesas na Universidade de Shenyang, em dezembro de 2018. STR / AFP
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Stéphane Lagarde, correspondente da RFI em Pequim

Oficialmente, nunca é por dinheiro, mas uma espécie de "retribuição". Nos cartazes postados em frente às universidades, como nos anúncios difundidos nas redes sociais, são as "voluntárias" que são procuradas pelas clínicas privadas de fertilização in vitro. Voluntárias que às vezes recebem mais de € 50.000 euros (400.000 yuans, cerca de R$ 223.000) em "taxas ", por uma amostra de óvulos.

As mulheres jovens são escolhidas de acordo com critérios específicos, diz o jornal Xing Nian Bao de Pequim. O Beijing Youth Daily enviou a um dos recrutadores uma de suas repórteres para se passar por uma doadora. O intermediário perguntou-lhe sobre sua idade, suas medidas e seu nível de educação, critérios que contam na definição do valor da transação. Segundo a imprensa chinesa, os compradores dos óvulos adquirem o material genético como se fosse um mero objeto de consumo.

Os óvulos na China custam geralmente entre € 2.500 e 10.500, sendo muito mais em alguns casos. Os intermediários obviamente esquecem de apontar às “voluntárias” os riscos que as mulheres jovens correm durante a retirada do material reprodutivo.

Em caso de acidente com uma das doadoras, o crime é punível com um decreto que remonta a 2003, o que obviamente não impede o tráfico de óvulos na China. Em 2015, uma estudante emocionou a opinião pública chinesa ao contar de que havia vendido seus ovos em frente às câmeras da televisão estatal na China, denunciando, na época, "garotas escolhidas como frutas no mercado".

De acordo com o Ministério da Saúde (números de 2017), 15% a 20% dos casais chineses sofrem de infertilidade.

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