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Haftar mantém ofensiva na Líbia e ameaça estabilidade do país

As forças leais ao líder rebelde Khalifa Haftar mantinham neste sábado (6) sua ofensiva rumo à capital líbia sem dar ouvidos aos apelos da comunidade internacional para cessarem as hostilidades, enquanto o chefe do governo rival advertiu para uma "guerra sem vencedores".  

Veículos militares se dirigem a Tripoli neste sábado, 6 de abril de 2019.
Veículos militares se dirigem a Tripoli neste sábado, 6 de abril de 2019. REUTERS/Hani Amara
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"Estendemos nossas mãos para a paz, mas após a agressão de parte das forças pertencentes a Haftar, a única resposta será a força e a firmeza", declarou Fayez al Sarraj, chefe do Governo de União Nacional (GNA), reconhecido pela comunidade internacional, em discurso televisionado. Sarraj acusou Haftar de tê-lo traído e advertiu para uma "guerra sem vencedores".

O avanço do Exército Nacional Líbio (ENL), comandado pelo marechal Haftar, foi contido pelas operações das forças leais à autoridade rival, o Governo de União Nacional (GNA), reconhecido pela comunidade internacional e com sede em Trípoli, que tenta frear a ofensiva lançada na quinta-feira.

No sábado, as milícias do GNA lançaram pelo menos um ataque aéreo contra uma posição do ENL 50 km ao sul de Trípoli, na região de Al Aziziya, indicaram os combatentes de Haftar. As milícias do GNA confirmaram estes ataques "intensos" contra o ENL. Em terra, os combates entre os dois grupos se intensificam no sul da capital. Pelo menos um grupo armado de Misrata, ao leste de Trípoli, a "brigada 166", chegou ao leste da capital para participar da contraofensiva.

"Esperamos ordens para repelir todo avanço do inimigo rumo a Trípoli", declarou o porta-voz deste grupo, Khaled Abu Jazia. Dezenas de caminhonetes armadas com canhões antiaéreos se reuniram em Tajura, em um subúrbio leste de Trípoli.

Rússia e G7 tentar frear a escalada de violências

Desde a deposição, em 2011, de Muammar Kadhafi, a Líbia está mergulhada no caos. O país tem muitas milícias que disputam regiões e duas autoridades rivais, o GNA, e no leste do país o ENL.

Esta nova escalada ocorre antes de uma Conferência Nacional, apadrinhada pela ONU, prevista para meados de abril em Gadamés, sudoeste do país, para esboçar um "mapa do caminho" para tirar o país do caos, com eleições incluídas.

O enviado da ONU para a Líbia, Ghassan Salamé, disse no sábado que a conferência se mantém, apesar da ofensiva de Haftar contra Trípoli. "Estamos determinados a organizar" esta conferência "na data prevista", de 14 a 16 de abril, "salvo que circunstâncias de força maior o impeçam", disse Salamé em coletiva de imprensa em Trípoli.

O chanceler russo, Serguei Lavrov, pediu um "diálogo inclusivo" e "sem os prazos artificiais que alguns tentam impor (aos líbios) a partir do exterior", sem informar a que prazo se referia.

Os ministros das Relações Exteriores dos sete membros do G7, grupo de países mais industrializados do mundo, se reuniram na sexta-feira na França e exortaram todos os atores a frear "imediatamente" todos "os movimentos militares rumo a Trípoli". "Não há solução militar para o conflito líbio", destacaram os chanceleres de Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Reino Unido, Itália e Japão.Haftar mantém ofensiva na Líbia 

(Com informações da AFP)

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