Bloqueio aéreo ao Curdistão complica missões humanitárias no Iraque
Todos os voos internacionais com destino ou vindos do Curdistão iraquiano estão suspensos por tempo indeterminado. A medida, que entrou em vigor a partir de sexta-feira (29), é a primeira retaliação concreta de Bagdá, após o referendo em favor da independência da região do norte do país. As ONGs humanitárias estão preocupadas com o impacto da interrupção do tráfego aéreo. Além disso, neste sábado (30) o Irã as importações e exportações de petróleo do Curdistão.
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Os últimos voos internacionais partiram de Erbil, a capital do Curdistão, e de Souleimaniyeh, na tarde de sexta-feira. O bloqueio aéreo imposto por Bagdá visa forçar a região autônoma a anular o referendo sobre sua independência.
Os voos humanitários, militares e diplomáticos não serão afetados pela medida. No entanto, ONGs como Médicos Sem Fronteiras (MSF) ou Ação contra a Fome (ACF), denunciam problemas. MSF disse que um voo fretado que deveria chegar a Erbil com remédios, equipamentos e material logístico foi cancelado. ACF contata um aumento da tensão nos pontos de controle terrestres. O Curdistão é a base logística para as atividades das organizações humanitárias no norte do Iraque.
Curdistão cada dia mais isolado
Depois da vitória esmagadora do sim no referendo organizado na última segunda-feira (25), a região autônoma do norte do Iraque está cada dia mais isolada. Os Estados Unidos foram os últimos a condenar, na sexta-feira, o referendo que eles consideram unilateral. Washington não vai reconhecer o resultado da consulta e pede o diálogo entre as autoridades curdas e de Bagdá.
Já o presidente francês, Emmanuel Macron, ofereceu sua ajuda como mediador do conflito. Ele convidou nesta sexta-feira o primeiro-ministro iraquiano, Haider al Abadi, a visitar Paris, no próximo dia 5 de outubro, para conversar sobre o referendo de independência do Curdistão. Abadi aceitou o contive, mas negou neste sábado que a visita tenha ligação com a crise curda.
O governo iraquiano promete que os voos internacionais serão retomados na região do Curdistão se a administração do tráfego aéreo for transferida ao poder central, como prevê a Constituição. As autoridades curdas tentam acalmar os ânimos, alegando que não vão proclamar de forma sistemática a independência. Mas Bagdá exclui qualquer diálogo enquanto o resultado do referendo não for invalidado e o controle das fronteiras da região não for entregue ao governo iraquiano.
As autoridades curdas denunciaram a suspensão dos voos internacionais como um "castigo coletivo".
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