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Tensão

Pyongyang: manobras militares da Coreia do Sul e EUA são "gasolina na fogueira"

A Coreia do Norte advertiu neste domingo (20) o governo americano sobre as manobras militares conjuntas com a Coreia do Sul, que devem começar na segunda-feira (21). Para Pyongyang, o exercício entre os dois países só "jogarão gasolina na fogueira".

Foto de arquivo do ditador norte-coreano Kim Jong-Un reunido com militares das forças estratégicas da Coreia do Norte.
Foto de arquivo do ditador norte-coreano Kim Jong-Un reunido com militares das forças estratégicas da Coreia do Norte. KCNA/Reuters
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Os Estados Unidos e a Coreia do Sul iniciarão na segunda-feira as manobras militares conjuntas conhecidas como "Ulchi Freedom Guardian". Realizadas a cada ano, dezenas de milhares de soldados realizam um treinamento para proteger o território sul-coreano de um eventual ataque norte-coreano.

Todos os anos Pyongyang, que considera esses exercícios como uma provocação, ameaça os Estados Unidos e a Coreia do Sul com represálias militares. "Estas manobras conjuntas são a expressão mais explícita de sua hostilidade em relação a nós. Ninguém pode garantir que os exercícios não resultem em verdadeiros combates", afirma neste domingo (20) um editorial do jornal Rodong Sinmun, do partido único que governa o país.

"Os exercícios militares conjuntos Ulchi Freedom Guardian serão como jogar gasolina na fogueira e agravarão a situação na península", acrescenta. Com uma advertência contra "a possibilidade incontrolável de uma guerra nuclear", o jornal completa: "Se os Estados Unidos se perderem na fantasia de que uma guerra na península aconteceria na porta de outro, longe deles, e do outro lado do Pacífico, estão mais equivocados do que nunca".

Contexto delicado

Pyongyang realizou dois testes de mísseis balísticos intercontinentais em julho, com a aparente capacidade de atingir o território dos Estados Unidos. O exercício levou o presidente americano americano Donald Trump a reagir com a advertência de que Washington poderia responder com "fogo e fúria".

O regime norte-coreano ameaçou então lançar mísseis na direção da ilha americana de Guam, no Pacífico. Pouco depois, o ditador Kim Jong-Un suspendeu o projeto, mas advertiu que a futura execução de seu plano dependeria do comportamento de Washington.

Exercícios cautelosos

O Departamento de Estado americano anunciou que a operação Ulchi Freedom Guardian, acontecerá este ano como estava previsto, independente do contexto delicado. O exercício foi realizado pela primeira vez em 1976 e leva o nome de um general que defendeu o antigo reino coreano da invasão chinesa.

Washington se negou a informar se o exercício será menor para não exacerbar as tensões, mas o ministério sul-coreano da Defesa anunciou a participação de 17.500 soldados, uma redução significativa na comparação com 25 mil envolvidos nas manobras do ano passado.

De acordo com a agência sul-coreana Yonhap, os dois aliados estudam a pertinência de abandonar o projeto inicial de deslocar dois porta-aviões para perto da península como parte das manobras militares conjuntas. Paralelamente, o general Jeong Kyeong-Doo, comandante do Estado-Maior das Forças Armadas sul-coreanas, considerou que a situação atual é "mais grave do que nunca". 

De acordo com o general, é Pyongyang que se expõe a graves represálias. "Em caso de provocação do inimigo, o exército sul-coreano tomará medidas fortes e determinadas que farão a Coreia do Norte lamentar amargamente", disse.

(Com informações da AFP
 

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