Adolescentes de países desenvolvidos gostam de suas vidas, apesar do bullying escolar
Os adolescentes de 15 anos que vivem nos países desenvolvidos estão satisfeitos com suas vidas. É o que revela um relatório sobre seu bem-estar publicado nesta quarta-feira (19) pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), sediada em Paris.
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Em escala de 0 a 10, os jovens de 15 anos dão, em média, uma nota de 7,3 para as suas vidas, segundo o relatório, que destaca o problema do bullying e o tempo de conexão a internet como excessivos, em alguns casos.
Nesta pesquisa foram feitas perguntas sobre quatro aspectos relacionados ao bem-estar: seus resultados na escola, suas relações com colegas e professores, sua vida em casa e seu tempo livre.
O relatório revela que 12% dos adolescentes não estão satisfeitos, uma proporção que supera os 20% em alguns países como Coreia do Sul e Turquia. Na Holanda, menos de 4% dos alunos estão insatisfeitos.
Na "América hispânica" - conjunto de países em que a OCDE inclui Costa Rica, Brasil, República Dominicana, Colômbia, Uruguai, Peru, Portugal, Espanha, México e Chile - os adolescentes têm uma satisfação "relativamente alta", destaca o relatório. No caso da República Dominicana e de Portugal suas notas de satisfação (8,5 e 7,4, respectivamente) superam a média da OCDE (7,3).
Escola pode ser lugar de sofrimentos para os jovens
No conjunto de países estudados, os meninos (39%) estão mais satisfeitos do que as meninas (29%). No entanto, não há diferenças significativas na satisfação dos melhores e dos piores estudantes.
Para alguns, no entanto, a escola se transformou em "lugar de sofrimento". Em 34 territórios dos 53 que inclui o estudo (membros e não membros da OCDE), há mais 10% de estudantes que garantem que seus colegas debocham deles várias vezes por mês. Além disso, 4% disseram apanhar várias vezes em um mês, enquanto 7,7% foram vítimas de agressão física várias vezes ao ano. Entre os alunos vítimas de bullying, 42% afirmam não sentir que a escola é o seu lugar.
Conexão à Internet pode virar obsessão
O relatório também revela que o tempo de conexão à internet dos adolescentes continua aumentando, com uma média de mais de duas horas diárias nos dias de escola, e mais de três durante o final de semana. Entre os entrevistados, 26% dos jovens passam mais de seis horas por dia na internet nos finais de semana e 16% se conectam até seis horas por dia durante a semana. Esses obcecados usuários de internet tendem a sentir-se mais sozinhos na escola, não pensam no futuro de seus estudos e costumam chegar atrasados às aulas.
Entre as razões mais frequentes de estresse, o relatório cita a pressão por melhores notas e a preocupação com as notas baixas.
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