Mike Pence, vice dos EUA, chega ao Japão para discutir ameaça norte-coreana

O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, chega a Tóquio nesta terça-feira (18), depois de passar pela Coreia do Sul, onde denunciou as ambições nucleares do regime norte-coreano e alertou para uma reação americana.  

Mike Pence face a Coréia do Norte na zona desmilitarizada, em Paju, 17 abril, 2017. REUTERS/Kim Hong-ji

O ponto alto da visita ao Japão será o encontro com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe. O programa militar do regime norte-coreano estará no centro das discussões, principalmente os testes de mísseis realizados pela Coreia do Norte na direção do território japonês.

O objetivo do Japão é que a Casa Branca se concentre em pressionar a China, único aliado de Pyongyang, para que o regime norte-coreano volte à mesa de negociações sobre seu programa nuclear, abandonadas em 2009. "Com coordenação, espero que possamos pedir com firmeza à Coreia do Norte que se abstenha destas ações provocadoras e se apegue às resoluções do Conselho de Segurança da ONU", disse o porta-voz do governo japonês Yoshihide Suga.

Apesar das pressões internacionais, a Coreia do Norte tentou no domingo, sem êxito, lançar um novo míssil e a comunidade internacional teme que o país esteja se preparando para realizar um sexto teste nuclear. Outra preocupação é com a possibilidade de um ataque à Coreia do Sul ou ao próprio Japão antes de uma ação americana.

Aumento da tensão

Os dois países estão no alvo do líder norte-coreano Kim Jong Un e as ameaças do presidente americano Donald Trump à Coreia do Norte não contribuem para apaziguar os ânimos. Nesta segunda-feira (17), durante visita à zona desmilitarizada na tensa fronteira que separa o Norte e o Sul da Coreia, Pence recordou os recentes ataques dos Estados Unidos a uma base aérea síria e a jihadistas no Afeganistão.

"Nestas duas últimas semanas, o mundo foi testemunha da força e da determinação de nosso novo presidente durante operações realizadas na Síria e no Afeganistão", declarou. "A Coreia do Norte faria melhor em não desafiar a potência das forças armadas dos Estados Unidos nesta região", acrescentou Pence.

O governo americano já declarou que não permitirá à Coreia do Norte que desenvolva mísseis balísticos intercontinentais, capazes de transportar ogivas nucleares até o oeste dos Estados Unidos.