Acessar o conteúdo principal

Netanyahu anuncia comitê israelense-americano para debater a questão das colônias

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou neste domingo (19) a formação de um comitê israelense-americano para abordar o tema das colônias nos territórios palestinos ocupados, poucos dias depois de seu encontro com o presidente Donald Trump.

Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel REUTERS/Abir Sultan
Publicidade

"Concordamos em formar comitês conjuntos para melhorar as relações entre Israel e Estados Unidos, em um âmbito que não havíamos entrado em acordo até agora: as colônias de Judá e Samaria (nome que Israel usa para a Cisjordânia, território palestino que ocupa desde 1967)", disse à imprensa.

Na quarta-feira (15), durante a reunião na Casa Branca, Trump pediu a Netanyahu "contenção", depois que as autoridades israelenses multiplicaram nos últimos tempos os anúncios de construção de milhares de casas para os colonos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.

A parte palestina da Cidade Santa foi ocupada e anexada por Israel, mas não é reconhecida pela maior parte da comunidade internacional.

"Acredito que o tema das colônias não esteja no centro do conflito", disse Netanyahu, explicando que esse assunto "deveria ser resolvido durante as negociações de paz".

Solução de dois Estados

Na Conferência sobre Segurança em Munique, no sábado (18), o ministro israelense da Defesa, Avigdor Lieberman, se mostrou favorável à solução de dois Estados, mas que ela inclua a troca de terras e de população, "para garantir a homogeneidade do povo israelense".

"Meu problema é que a atual proposta diz que devemos estabelecer um Estado palestino homogêneo, sem judeus, e nós nos converteremos em um Estado binacional, com 20% da população  palestina", declarou Lieberman. "Acredito que o princípio básico de uma solução de dois Estados deva ser uma troca de terras e de população", assegurou.

Segundo essa ideia, as terras povoadas por colonos judeus nos territórios palestinos se integrariam em Israel, enquanto as localidades israelenses povoadas por árabes entrariam no futuro Estado palestino.
Os árabes israelenses, descendentes dos palestinos que permaneceram em sua terra após a criação de Israel, representam hoje em dia 17,5% da população do país.

Alguns israelenses temem que seu crescente peso demográfico ameace a identidade judaica do país.
Nos últimos anos, a criação de um Estado palestino junto com Israel foi a solução preferida da comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos, para acabar com o conflito israelense-palestino.

O presidente americano, Donald Trump, pareceu se distanciar da solução de dois Estados nesta semana ao receber o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, embora 24 horas depois a embaixadora dos Estados Unidos na ONU tenha reafirmado o apoio de Washington a esse princípio.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.