Ataques continuam em Aleppo, apesar de Rússia anunciar cessar-fogo

Apesar do anúncio pela Rússia de um cessar-fogo, nesta sexta-feira (9) as tropas do regime sírio bombardearam violentamente os últimos bairros de Aleppo que estavam nas mãos dos rebeldes.

Em Aleppo, as forças do regime reconquistaram 85% do território nas mãos dos rebeldes REUTERS/Omar Sanadiki

Bombardeios violentos com artilharia pesada atingiram os bastiões rebeldes que ainda resistem às forças sírias. Nesta manhã, diversas áreas cercadas pela coalizão foram atingidas, principalmente no leste da cidade, como informou Rami Abdel Rahmane, diretor do Observatório sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Os aviões suspenderam os ataques desde a noite de quinta-feira (8) nos bairros do sul.

Voto da ONU sobre um cessar-fogo

Estimulado pelo avanço bem sucedido de suas tropas, o regime do presidente Bachar al-Assad exclui qualquer tipo de trégua, estimando que a vitória em Aleppo é uma etapa crucial para o fim do conflito. O governo sírio, por sinal, não fez nenhum comentário sobre o anúncio, pela Rússia, de uma suspensão dos combates.

Nesta sexta-feira, a Assembleia geral da ONU deve votar um projeto de resolução não-obrigatório pedindo um cessar-fogo imediato na Síria e o acesso aos comboios humanitários. O embaixador britânico na ONU, Matthew Rycroft, comentou: "Temo, infelizmente, que seja tarde demais". Os combates provocaram um verdadeiro êxodo, com milhares de civis fugindo da violência.

O regime sírio já reconquistou 85% dos bairros que estavam nas mãos dos rebeldes, desde o início da ofensiva de 15 de novembro para a retomada de Aleppo, segunda maior cidade do país. Desde que esses combates começaram, cerca de 410 civis, entre eles, 45 crianças, morreram do lado leste; no lado oeste, sob controle do governo, cerca de 105 civis, dos quais, 35 crianças, perderam a vida.