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Primeiro-ministro turco anuncia saída do governo

O primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, anunciou nesta quinta-feira (5) que não se apresentará como candidato para presidir o partido governista Justiça e Desenvolvimento (AKP), uma decisão que deve consolidar o poder do presidente Recep Tayyip Erdogan.

Davutoglu e Erdogan: primeiro-ministro turco sai, mas nega divergências com presidente.
Davutoglu e Erdogan: primeiro-ministro turco sai, mas nega divergências com presidente. REUTERS/Umit Bektas
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O afastamento de Davutoglu da direção do AKP, no poder desde 2002, significa o fim de seu mandato de primeiro-ministro, uma vez que o chefe do partido sempre esteve à frente do governo.

A decisão foi tomada durante uma reunião extraordinária da direção da legenda em Ancara, um dia depois do vazamento da notícia sobre uma ruptura entre Davutoglu e o presidente Recep Tayyip Erdogan, de acordo com uma emissora de televisão local.

O primeiro-ministro, no entanto, negou qualquer tipo de conflito entre ele e o chefe de Estado. "De minha boca jamais saiu qualquer palavra negativa sobre nosso presidente, e jamais vai sair", afirmou Davutoglu à imprensa.

O líder do governo, cujo partido venceu com folga as últimas eleições parlamentares em 1º de novembro, teria mais quatro anos de mandato. Mas ao anunciar que deixaria a presidência do partido, ele fez questão de frisar que a sua decisão "não foi o resultado de uma escolha (pessoal), mas uma necessidade". A declaração é uma crítica velada aos líderes do partido fiéis ao chefe de Estado que decidiram recentemente diminuir suas prerrogativas dentro do partido.

Crise migratória

Davutoglu foi um dos principais agentes das negociações com a Europa sobre a questão da crise migratória. Por ter conduzido o processo particamente sozinho, ele era acusado de ser autoritário pelos seus opositores. Quando chegou ao governo, era chamado de “fantoche” do presidente turco, mas logo ocupou o seu espaço na cena política do país.

O premiê indicou que continuará a ocupar o seu posto de deputado após o congresso. Vários nomes têm sido mencionados na imprensa para sucedê-lo: Binali Yildirim, próximo a Erdogan e atual ministro dos Transportes, Mehmet Ali Yalcin, ex-presidente do Parlamento, Yalcin Akdogan, vice-primeiro-ministro atual, mas também o filho do presidente, Berat Albayrak, ministro da Energia.

 

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