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Novo teste

Programa nuclear da Coreia do Norte é incontrolável e perigoso

O anúncio do lançamento de um satélite pela Coreia do Norte, no último fim de semana, leva a imprensa francesa a avaliar os riscos que representa o regime do líder comunista Kim Jong-un à comunidade internacional.

Capa do jornal francês Libération desta segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016.
Capa do jornal francês Libération desta segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016.
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Em sua manchete, o jornal Libération informa que o lançamento do satélite deve ser considerado como o lançamento de um míssil de longo alcance. O exercício militar demonstra, na opinião do jornal, a impotência da comunidade internacional ante o poder bélico norte-coreano. Libération estima que depois de quatro testes nucleares recentes, a capacidade de ataque da Coreia do Norte tornou-se preocupante.

"O engenho disparado nesse domingo vem sendo aperfeiçoado pelo regime desde 1998 e pode percorrer uma distância de 10.000 quilômetros. Pyongyang defende o direito de utilizar o espaço de forma independente e pacífica. Mas, no caso de regimes autoritários, as armas nucleares funcionam como um seguro de vida para os ditadores", escreve Libération.

É consenso entre especialistas que a Coreia do Norte, no estágio atual, possui a bomba de hidrogênio e mísseis de longo alcance. Porém, isso não significa que a bomba atômica norte-coreana seja operacional, embora essa situação esteja próxima. A grande interrogação é o que fará esse regime, "herdeiro do stalinismo, imprevisível e paranóico", com esse poderio nuclear. Libération questiona como um país "isolado e pobre" pôde se transformar em uma potência nuclear pelas suas próprias forças. E considera que o mundo está diante do maior fracasso na luta contra a proliferação nuclear.

China não consegue controlar regime norte-coreano

O diário especializado em economia Les Echos denuncia "a total impunidade que marca o desenvolvimento dos mísseis norte-coreanos", e adverte que as tecnologias em poder de Pyongyang podem atingir os Estados Unidos.

O jornal explica que o foguete utilizado no suposto lançamento do satélite é tão semelhante ao usado para o disparo de um míssil intercontinental [capaz de transportar uma carga nuclear] que "a Rússia e a China recorreram à mesma prática durante décadas, com o objetivo de disfarçar seus programas nucleares de alcance militar".

Especialistas ouvidos pelo jornal advertem que o lançamento deste fim de semana não permitiu testar o retorno do míssil à atmosfera, o que é absolutamente necessário para o lançamento de uma ogiva militar. Essa é a etapa complexa que ainda precisa ser superada pelo regime de Pyongyang antes de dispor de uma bomba atômica capaz de atingir um território inimigo. Os engenheiros norte-coreanos estudam atualmente meios de produzir bombas em miniatura, mas esses equipamentos ainda carecem de novos testes.

O assunto também preocupa o jornal conservador Le Figaro. "No plano tecnológico, o lançamento norte-coreano marca um novo avanço do programa balístico de Pyongyang, cujo principal objetivo é ameaçar o território norte-americano", conclui o veículo.

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