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Jihadistas reivindicam queda de Airbus russo, mas Egito aponta provável falha técnica

O braço egípcio do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) afirma em uma conta no Twitter ser responsável pelo acidente com o avião russo que caiu neste sábado (31) no norte da península do Sinai, matando as 224 pessoas que estavam a bordo. No entanto, autoridades egípcias afirmam que os primeiros elementos das investigações apontam para problemas técnicos no voo 9268 da companhia siberiana Kogalymavia.

Familiares de vítimas da queda do Airbus da companhia russa Kogalymavia recebem a informação sobre a morte de todos os ocupantes no aeroporto de São Petersburgo.
Familiares de vítimas da queda do Airbus da companhia russa Kogalymavia recebem a informação sobre a morte de todos os ocupantes no aeroporto de São Petersburgo. REUTERS/Peter Kovalev
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O Airbus A321-200, que fazia a ligação entre Sharm el-Sheikh e São Petersburgo, desapareceu dos radares 23 minutos após a decolagem, ocorrida às 5h51 no horário local.

Na mensagem publicada no Twitter, o grupo ultrarradical Estado Islâmico afirma que "soldados do Califado conseguiram derrubar um avião russo na província do Sinai com 220 'cristãos' e todos morreram". O grupo extremista diz que agiu em represália à intervenção militar da Rússia na Síria. A reivindicação pode ser verdadeira ou um blefe da organização terrorista, que trata com habilidade a propaganda nas redes sociais.

As autoridades do Egito privilegiam a hipótese de uma falha técnica na origem do acidente. Informações extraoficiais indicam que o piloto teria pedido autorização para mudar de rota e realizar um pouso de emergência.

Segundo o último registro da aviação civil egípcia, o aparelho voava a 9.144 metros de altura quando desapareceu dos radares. As autoridades egípcias alegam que os grupos radicais atuantes no Sinai não dispõem de mísseis de longo alcance capazes de abater um avião nessa altitude. Porém, o recente envolvimento da Rússia na guerra da Síria e o fato de a região do Sinai abrigar grupos jihadistas alimentam a desconfiança de um eventual ataque terrorista.

O caso do voo MH 17 da Malaysia Airlines, derrubado por um míssil russo na Ucrânia, em julho de 2014, quando voava em altitude de cruzeiro, reforça o sentimento de desconfiança. A queda brusca do avião deixou 298 mortos.

Especialista francês não descarta hipótese de atentado

O especialista francês em aviação civil Gérard Feldzer considera que ainda é cedo para descartar a hipótese de um atentado. Segundo Feldzer, o Airbus pode ter sido atingido por um foguete de médio alcance durante a decolagem, e a avaria só teria provocado problemas minutos mais tarde. Outra hipótese que não pode ser excluída, segundo o especialista francês, é a de explosão de uma bomba dentro do avião. O aparelho se partiu ao meio e ficou totalmente destruído.

As autoridades egípcias já resgataram uma das duas duas caixas-pretas do avião, a que contém os dados do voo.

Equipes de resgate ouviram gritos no local

O avião da companhia russa Kogalymavia, também conhecida pela marca Metrojet, transportava 217 passageiros, sendo 214 russos e três ucranianos, além de sete tripulantes. Entre os 217 passageiros, havia 138 mulheres e 17 crianças.

Nas primeiras horas após a tragédia, militares egípcios que chegaram ao local onde foram localizados os destroços disseram ter ouvido gritos de sobreviventes. Mas as equipes de resgate não confirmaram essa versão.

Cem corpos já foram retirados dos destroços. Vários passageiros estavam em seus assentos com os cintos de segurança afivelados. Os corpos serão transportados para a cidade do Cairo.

Investigações

O presidente russo, Vladimir Putin, informou que enviará reforços ao local para ajudar nas investigações. Putin decretou dia de luto nacional neste domingo, na Rússia, em homenagem às vítimas da catástrofe.

O Comitê de Investigação russo anunciou a abertura de um inquérito para averiguar eventuais violações às regras de segurança aérea. O ministro dos Transportes russo, Maxime Sokolov, disse que a companhia aérea será minuciosamente investigada.

A Kogalymavia foi criada em 1993 e possui as autorizações de voo requeridas pelas autoridades. O Airbus acidentado realizou seu primeiro voo em 1997.

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