Acessar o conteúdo principal
Filho único/China

China anuncia fim da política do filho único, depois de 35 anos

A China anunciou nesta quinta-feira (29) o fim da política do filho único, depois de 35 anos. Com a revisão, o país vai passar a autorizar que todos os casais tenham dois filhos. O anúncio foi feito por meio de um comunicado do Partido Comunista, divulgado pela agência oficial Xinhua.

A chinesa Li Yan, na foto, grávida do segundo filho em Hefei, na China.
A chinesa Li Yan, na foto, grávida do segundo filho em Hefei, na China. REUTERS/China Daily/Files CHINA OUT
Publicidade

A decisão histórica foi tomada dois anos depois que o governo autorizou os casais em que um dos cônjuges é filho único a ter um segundo filho. O objetivo é corrigir o desequilíbrio entre homens e mulheres e conter o envelhecimento da população.

A política, adotada em 1979, recebia muitas críticas, em particular devido ao número de abortos forçados. Muitos especialistas chineses vinham pedindo há algum tempo que o governo revisasse a medida.

Os chineses, no entanto, continuam com a liberdade limitada, mas a dois filhos.

A grande preocupação é que a China envelhece rápido: a expectativa é que 350 milhões de chineses – um quarto da população – terão 60 anos ou mais até 2030. Ou seja, mais do que o dobro do número de idosos atualmente. Assim, as aposentadorias não estão garantidas e as estruturas para idosos, muito menos. A tarefa de cuidar dos pais continuará sendo responsabilidade exclusiva do filho sem irmão ou irmã.

Efeito limitado

A autorização do segundo filho em 2013 teve um efeito limitado porque não era aplicada a todo o território. Além disso, muitos casais chineses preferem ter apenas um filho por razões econômicas.

Entre os 11 milhões de casais que poderiam ter dois filhos, apenas 1,4 milhão se declararam favoráveis ao aumento de suas famílias. Dois milhões de recém-nascidos a mais eram esperados a cada ano, mas em 2014, por exemplo, não houve nem mesmo 500 mil.

A política do filho único tinha também tinha algumas exceções: a maioria das 55 minorias étnicas do país não tinha que obedecê-la. Além disso, os casais de zonas rurais podiam ignorá-la, caso seu primeiro filho fosse do sexo feminino.

O anúncio sobre a revisão da medida foi feito durante a quinta sessão plenária do Comitê Central do Partido Comunista, que terminou nesta quinta-feira, depois de quatro dias dedicados ao próximo plano quinquental (2016-2020), informou a agência Xinhua.

(Com informações da AFP)

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.