Partido do premiê japonês Shinzo Abe vence eleições antecipadas
Sem supresas, o partido Liberal Democrata, do primeiro-ministro Shinzo Abe, venceu com ampla maioria as eleições legislativas deste domingo (14). A votação, antecipada pelo chefe de governo principalmente por causa de reformas no sistema fiscal, foi considerada um referendo sobre a política do atual premiê.
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Segundo as estimativas da rede de televisão pública NHK, o PLD, de direita, teria obtido entre 275 e 306 cadeiras de um total de 475 que estavam na disputa. O resultado fará o partido manter os dois terços da câmara baixa do parlamento japonês com seu aliado centrista, o partido Komeito que, segundo previsões, teria obtido entre 31 e 36 cadeiras.
Já a rede privada de tevê TBS indica que o partido de Abe obteve 294 cadeiras e seu aliado Komeito, 34. A vitória ampla do partido do premiê Abe já era esperada diante da crise na oposição, que se mostra bastante dividida.
De acordo com a NHK, o Partido Democrata do Japão (PDJ), de centro-esquerda, segunda maior formação política do país, teria conquistado apenas entre 61 e 87 cadeiras, abaixo das 100 esperadas.
Durante sua campanha, o primeiro-ministro Shinzo Abe insistiu nos resultados de sua política econômica que teria provomido a queda do desemprego e um aumento gradual nos salários dos trabalhadores. "Devemos parar ou continuar?", questionava os eleitores em seus discursos. Abe dizia que o conjunto de medidas econômicas adotado pelo seu governo, conhecido pela expressão "abenomics", é a única solução para o país.
Cerca de 105 milhões de japoneses foram convocados às urnas, mas a participação foi fraca durante todo o dia diante da situação política considerada pouco empolgada e pelo tempo ruim em todas as regiões.
Até as 18h00, pelo horário local, apenas 34,98% dos eleitores compareceram às urnas, um recuo de 6,79% em relação à eleição legislativa anterior, em dezembro de 2012. Na ocasião, o número de eleitores nas urnas foi considerado historicamente baixo.
Dissolução surpreendeu
O anúncio da dissolução da câmara baixa do parlamento, feito por Abe no dia 21 de novembro, surpreendeu os japoneses. Dois anos e meio após chegar ao poder e faltando dois anos para o término de seu mandato, o premiê considerou necessária a dissolução para rever uma lei votada em 2012 sobre a evolução do imposto sobre valor agregado.
O premiê pretende adiar para abril de 2017 um segundo aumento do imposto que estava previsto inicialmente para outubro de 2015. O primeiro reajuste, adotado em abril deste ano, prejudicou a retomada do crescimento e contribuiu para o país entrar em recessão.
Ao justificar a dissolução e a realização de eleições legislativas antecipadas, Abe explicou que toda decisão relativa ao sistema fiscal, que tem forte influência na vida da população, "deve ter o aval dos eleitores". A votação expressiva de seu partido neste domingo é vista como um sinal verde para Abe prosseguir com suas mudanças na economia do país.
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