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Irã/ direitos humanos

ONU se preocupa com pico de execuções no Irã

Pelo menos 80 pessoas foram executadas pelas autoridades iranianas desde o início do ano, um “pico” que preocupa a Organizações das Nações Unidas. Um relatório da ONU sobre o tema, publicado nesta sexta-feira (21), afirma que o número real de execuções pode chegar a 95.

Maioria dos condenados é executada por enforcamento.
Maioria dos condenados é executada por enforcamento. Flickr/pepperglass
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“Estamos profundamente preocupados pelo pico de execuções registradas no Irã desde o início deste ano. Em pouco mais de sete semanas, pelo menos 80 pessoas foram executadas. Certas fontes confiáveis indicam que o número real pode ser de 95”, declarou uma porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Ravina Shamdasani, durante uma coletiva de imprensa em Genebra (Suíça).

A maioria das mortes é ligada a crimes relativos a drogas, conforme a ONU. Entretanto, o direito internacional não classifica esses casos como delitos passíveis da pena capital, explicou Shamdasani.

A porta-voz lamentou que muitas execuções foram feitas secretamente, e pelo menos sete condenados foram mortos em praça pública. A prática é comum no Irã há mais de 25 anos.

Casos suspeitos

“Estamos particularmente preocupados com os casos de Hadi Rashedi e Hachem As’bani Amuri, membros da comunidade árabe de Ahwaz”, declarou a representante da ONU. “Eles teriam sido condenados à morte por apóstata [agir contra a religião], corrupção e por terem agido contra a segurança nacional”, disse Shamdasani.

Segundo a ONU, a execução dos dois homens teria ocorrido em janeiro, em um julgamento que não respeitou os princípios de “equidade do processo” definidos pelo Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos. Os dois acusados não teriam tido direito a um advogado nem a visitas de suas famílias durante os primeiros nove meses em que ficaram presos, e teriam confessado os crimes sob tortura.

O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos percebe um aumento da aplicação da pena de morte no Irã desde o segundo semestre de 2013, especialmente em casos de presos políticos e membros de minorias. Pelo menos 500 pessoas, entre elas 28 mulheres, foram mortas no ano passado, sendo 57 em praça pública, conforme a ONU. A maioria dos condenados é executada por enforcamento.

 

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