Manifestantes invadem ministérios e aumentam pressão na Tailândia
Os manifestantes antigoverno que há quase um mês tentam derrubar o governo da Tailândia voltaram hoje a desafiar as autoridades. Centenas de pessoas invadiram a sede dos ministérios das Finanças e das Relações Exteriores, em Bangcoc. Ontem, os partidáros da oposição mobilizaram entre 150 mil e 180 mil pessoas nas ruas da capital.
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"Esta é a última etapa do processo de desobediência civil", disse à multidão Suthep Thaugsuban, um dos líderes do Partido Democrata, principal legenda da oposição ao governo de Yingluk Shinawatra, irmã do ex-primeiro ministro Thaksin Shinawatra, deposto por um golpe de Estado em 2006. Thaksin vive atualmente no exílio, mas continua ditando a política tailandesa do exterior.
Ao lado de centenas de manifestantes, o líder de oposição invadiu no início da tarde o ministério das Finanças. "Se os funcionários não cessarem o trabalho, vamos invadir todos os ministérios até amanhã para mostrar que o sistema de Thaksin não tem legitimidade para conduzir o país", acrescentou.
No final da tarde, os manifestantes entraram no ministério das Relações Exteriores, arrombando uma porta. Aparentemente, o local não dispunha de um sistema de segurança reforçado. Eles mandaram os funcionários deixar suas salas e não voltar ao trabalho amanhã.
Outro grupo se dirigiu para as sedes da polícia e das Forças Armadas. Gritando o slogan "Rua Thaksin, o Exército está conosco", eles defendem uma intervenção militar no país que já registrou 18 tentativas ou golpes de Estado desde a criação da monarquia constitucional, em 1932. Num gesto simbólico, eles lançaram rosas na direção dos policiais.
No final do dia, o governo ampliou a aplicação de uma lei especial de segurança para toda Bangcoc.
Projeto de lei de Anistia alimenta revolta
A revolta dos manifestantes tailandeses é motivada por um projeto de lei de Anistia em tramitação no Legislativo desde outubro. O texto é visto pelos opositores como um meio de permitir o retorno do ex-premiê Thaksin ao país. Ele se exilou no exterior para escapar a uma condenação de dois anos de prisão por desvio de dinheiro público. O Senado rejeitou o projeto de Anistia, mas a medida não foi suficiente para satisfazer os manifestantes.
Manifestações muito bem organizadas
Bem organizados após várias semanas de protestos, os manifestantes conseguiram esvaziar nesta segunda-feira as ruas do centro de Bangcoc, normalmente engarrafadas. Blocos de cimento foram instalados para evitar que eles se aproximem da sede do governo.
Analistas estimam que a primeira-ministra tailandesa não vai resistir no cargo por muito tempo. Mas Yingluk Shinawatra se mantém firme e afirma que não vai renunciar nem dissolver o parlamento. O Partido Democrata conta com um debate marcado para esta terça-feira no parlamento para aumentar a pressão sobre a dirigente.
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