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Líbia/violência

Primeiro-ministro líbio é libertado após ter sido sequestrado por ex-rebeldes

O primeiro-ministro Ali Zeidan foi liberado nesta quinta-feira, 10 de outubro de 2013, algumas horas após ter sido sequestrado por uma brigada de ex-rebeldes. A informação foi divulgada pelo ministro líbio das Relações Exteriores, Mohamed Abdelaziz. A situação é confusa na Líbia, onde a Célula das Operações Revolucionárias, que depende oficiosamente dos ministérios do Interior e da Defesa, havia anunciado um pouco mais cedo ter "prendido" o primeiro-ministro "por ordem da promotoria".

O primeiro-ministro da Líbia, Ali Zeidan, foi sequestrado por um grupo de ex-rebeldes.
O primeiro-ministro da Líbia, Ali Zeidan, foi sequestrado por um grupo de ex-rebeldes. REUTERS/Denis Balibouse/Files
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Ali Zeidan teria sido preso de acordo com os artigos relativos aos "crimes e delitos prejudiciais ao Estado" e aos "crimes e delitos prejudiciais à segurança do Estado", indicou a Célula das Operações Revolucionárias, sem dar mais detalhes.

No entanto, o Conselho dos Ministros informou em sua página no Facebook "não estar a par de uma suspensão da imunidade ou de uma ordem de prisão" do primeiro-ministro.

O primeiro-ministro foi sequestrado no hotel Cointhia, onde mora, de acordo com uma fonte de sua equipe. "Um grande número de homens armados entraram no local bem cedo nesta quinta-feira. Mas nós não entendemos o que estava acontecendo", disse à agência France Presse um funcionário do hotel.

Esse rapto foi imediatamente condenado pelo governo britânico, que pediu a "libertação imediata" do primeiro-ministro. "Nosso embaixador está em contato com outros membros do governo de transição. Proteger o processo de transição política na Líbia é vital. O governo e o povo líbio têm nosso apoio total nesse momento preocupante", disse o chanceler William Hague em um comunicado.

O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, também pediu a "libertação imediata" de Ali Zeidan. A Otan liderou a operação militar internacional que levou à queda do regime de Muamar Kadhafi há dois anos. 

Soberania nacional

O sequestro aconteceu cinco dias após a captura em Trípoli de Abu Anas al-Libi, um suposto chefe da Al-Qaeda, por um comando americano. Essa operação desagradou grupos de ex-rebeldes e partidos políticos e deixou o governo líbio em uma situação embaraçosa.

As autoridades líbias qualificaram a operação americana de "sequestro" e disseram que não foram informadas sobre ela. Além disso, pediram que os Estados Unidos entregassem imediatamente Abu Anas al-Libi.

Um dia depois da operação, a Célula das Operações Revolucionários da Líbia havia anunciado em um comunicado um "estado de alerta máximo diante das ameaças à soberania do país por parte dos serviços de informação estrangeiros".

O grupo desmentiu no entanto nesta quinta-feira qualquer ligação entre a "prisão" do primeiro-ministro e a captura de Abu Anas, segundo a mídia local.

Apresentado como um liberal, Ali Zeidan, de 63 anos, ocupa o cargo de primeiro-ministro há um ano. Recentemente, sua rivalidade com a Irmandade Muçulmana se tornou pública e algumas vozes na Assembleia nacional pediram a sua demissão.

Desde a queda do regime de Muamar Kadhafi em outubro de 2011, as autoridades de transição têm dificuldades em controlar os grupos de ex-rebeldes que combateram o antigo ditador.

Reunidos em milícias armadas, esses ex-rebeldes, dominados pelos islamitas, ocupam as lacunas em termos de segurança de um Estado que ainda não conseguiu formar uma polícia e um exército profissionais.

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