Síria entrega lista de arsenal químico para Organização internacional

A OPAQ (Organização para a Proibição das Armas Químicas) anunciou nesta sexta-feira ter recebido do governo sírio uma lista de seu arsenal, como prevê o acordo entre o regime e a comunidade internacional. O documento está sendo analisado pelos técnicos da organização. Os Estados Unidos esperam obter a aprovação de uma resolução no Conselho de Segurança da ONU na próxima quinta-feira. 

O secretário de Estado americanio John Kerry e o chanceler russo Serguei Lavrov REUTERS/Larry Downing

A lista teria sido entregue nesta quinta-feira e está sendo traduzida, segundo informações de diplomatas das Nações Unidas.

O Conselho da OPAQ deve discutir em breve a adesão da Síria à Convenção de 1993 sobre as armas químicas e os detalhes do programa de destruição de seu arsenal, que estão previstos no acordo russo-americano assinado em Genebra no sábado passado.

Segundo o documento, para que o arsenal químico da Síria possa ser desmantelado, a Síria deve apresentar um descritivo detalhado das armas e das instalações.

Representantes do governo russo e americano ainda deverão analisar e discutir o conteúdo do documento, mas a reunião, que deveria acontecer neste domingo em Haia, foi adiada.

O presidente sírio Bashar al-Assad, acusado do ataque na periferia de Damasco em 21 de agosto, admitiu que o país possuía armas químicas e se comprometeu a destruí-las, mas afirma que o desmantelamento custará um bilhão de dólares e deverá demorar pelo menos um ano.

Os cinco membros do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, France, Rússia, China e Reino Unido) estão discutindo um projeto de resolução que garanta a destruição definitiva das armas.

Hoje o secretário de Estado americano John Kerry e o chanceler Serguei Lavrov conversaram pelo telefone sobre o assunto e concordam, segundo Kerry, que a resolução deve ser "forte o suficiente" para obrigar Assad a cumprir sua promessa.

Mas os russos continuam reticentes a aprovar um eventual uso da força em caso de desrespeito das cláusulas estabelecidas no projeto.

O secretário de Estado americano espera que o Conselho de Segurança adote uma resolução no máximo até a próxima quinta-feira.