Acessar o conteúdo principal
Turquia/ protestos

Premiê turco cede e polícia se retira de praça ocupada por manifestantes

O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, admitiu neste sábado que a polícia agiu de forma extrema na repressão de alguns manifestantes que protestavam durante o dia contra um projeto urbanístico em um parque de Istambul. "É verdade que ocorreram erros e extremismo na resposta da polícia", disse Erdogan após um segundo dia de violentos protestos que deixaram dezenas de feridos.

Manifestantes atiram pedras contra a polícia turca, em Istambul.
Manifestantes atiram pedras contra a polícia turca, em Istambul. REUTERS/Murad Sezer
Publicidade

O ministro do Interior afirmou, em uma nota, que serão tomadas medidas legais contra os agentes que agiram de uma maneira desproporcional. A polícia turca se retirou neste sábado da praça Taksim, no centro de Istambul, depois de tentar impedir que manifestantes ocupassem o local, com o uso de gás lacrimogêneo e jatos de água. A ordem de retirada partiu do primeiro-ministro.

Com a saída dos policiais, milhares de pessoas entraram na praça, no segundo dia de violentas manifestações contra o governo. Trata-se de um dos maiores protestos já registrados até agora contra o governo islamita de Erdogan, que muitos de seus opositores consideram conservador e autoritário.

A retirada policial foi vista como uma vitória dos manifestantes, já que horas antes o premiê havia demonstrado firmeza contra os protestos, pedindo que os manifestantes "parem imediatamente” e afirmando que a "a polícia esteve ontem, está de serviço hoje e estará novamente amanhã porque a praça Taksim não pode ser um lugar onde os extremistas fazem o que querem".

Projeto contestado  se transforma em protesto contra governo

A versão online do jornal Hürriyet, que cita fontes policiais, informou hoje que 81 pessoas já foram detidas nos confrontos entre os manifestantes e as forças de ordem, além de um alto número de feridos. Tudo começou há quatro dias, com um camping para salvar cerca de 600 árvores que devem ser derrubadas para a construção de um empreendimento imobiliário no parque Gezi, adjacente à Praça Taksim. O projeto tem sido bastante contestado na cidade, mas o governo mantém a determinação de seguir adiante. O protesto se transformou em um conflito social após uma ação de despejo na madrugada de ontem e, atualmente, aparece como um desafio político ao governo turco.

Ao mesmo tempo em que a renda dos turcos triplicou desde 2002, quando o partido de Erdogan assumiu o poder, os opositores denunciam que o governo deseja “islamizar” a sociedade turca, uma das mais abertas ao ocidente do mundo árabe. Recentemente, a votação de uma lei para restringir a venda e o consumo de bebidas alcoólicas causou a ira dos militantes liberais.

Desde sexta-feira, a notícia dos distúrbios em Istambul se propagou para outras cidades como Izmir, Antalya e a capital Ancara, onde confrontos e grupos de manifestantes contra o poder foram registrados.
 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.