Kerry avalia ameaças norte-coreanas com autoridades de Seul

A Ásia vive nesta sexta-feira mais um dia de tensão provocada pela crise na península coreana. O secretário de Estado americano, John Kerry, reuniu-se hoje em Seul com autoridades sul-coreanas para discutir as ameaças da Coreia do Norte. Kerry alertou o jovem ditador norte-coreano Kim Jong-Un que ele cometeria um "erro enorme" se lançasse um míssil nuclear, isolando ainda mais o país no cenário internacional.

REUTERS/Kim Jae-Hwan

Claudia Sarmento, correspondente em Tóquio

Em Seul, Kerry avalia os riscos de um eventual ataque norte-coreano em encontro com a presidente Park Geun-Hye e o ministro das Relações Exteriores, Yun Byung-Se. O americano reafirmou que a retórica belicista norte-coreana é inaceitável. Mais cedo, um assessor de Kerry afirmou aos jornalistas que acompanham a visita que o papel da China é fundamental para conter o ímpeto bélico do regime de Pyongyang.

A visita de Kerry coincide com a divulgação de um documento militar nos Estados Unidos segundo o qual a Coreia do Norte já teria capacidade de desenvolver uma ogiva nuclear pequena o suficiente para ser lançada por um míssil. A informação, que veio da inteligência militar americana, aumentou os temores em países que podem ser alvo de um ataque de Pyongyang, como o Japão. Mas ela foi desmentida pelo próprio Pentágono.

O Ministério da Defesa da Coreia do Sul também disse, através de um porta-voz, que os norte-coreanos ainda não têm o domínio sobre essa tecnologia, embora já tenham realizado três testes nucleares.

Imagens divulgadas pela Coreia do Norte mostraram a população se preparando para as festas de comemoração do aniversário do fundador da república comunista, Kim Il-Sung, avô do atual ditador, Kim Jong-Un.

O Japão e as forças americanas estacionadas na região mantêm o estado de alerta máximo diante da possibilidade de Pyongyang lançar mísseis de médio alcance de sua costa leste a qualquer momento.