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Mali/Conflito

França anuncia morte de terceiro soldado no Mali

A presidência francesa anunciou neste domingo, 3 de março, que um soldado francês morreu no sábado em um combate no norte do Mali. Com isso, subiu para três o número de soldados franceses mortos desde o início da ofensiva contra os grupos islâmicos armados na região, no dia 11 de janeiro. O exército do Chade anunciou neste sábado ter matado o líder islâmico Mokhtar Belmokhtar no norte do Mali.

Soldados franceses visitam o mercado de Gao, nove dias depois do local ter sido destruído durante violentos combates entre islâmicos radicais e soldados franceses e malineses.
Soldados franceses visitam o mercado de Gao, nove dias depois do local ter sido destruído durante violentos combates entre islâmicos radicais e soldados franceses e malineses. Reuters
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"O presidente da República tomou conhecimento com grande tristeza da morte em combate ontem à noite no norte do Mali de um soldado de um regimento de paraquedistas", afirma o comunidade divulgado neste domingo pela presidência da França.

O cabo Cédric Charenton estava no Mali desde o dia 25 de janeiro. Ele já havia participado de missões na Nova Caledônia, no Afeganistão e no Gabão. O paraquedista foi morto durante um ataque a uma posição controlada pelos terroristas islâmicos a cerca de 50 quilômetros ao sul de Tessalit.

Segundo o Estado Maior francês, "ao menos uma quinzena" de combatentes islâmicos foram "neutralizados" no sábado durante operações do exército. Quatro mil soldados franceses participam atualmente da intervenção militar no Mali.

O anúncio de mais uma perda francesa acontece bem no momento em que o apoio popular à intervenção militar no Mali está em queda. Segundo uma pesquisa publicada no sábado pelo site de informações francês Atlantico.fr, o índice de aprovação caiu de 73% para 60% em três semanas.

Chade

O exército do Chade anunciou neste sábado ter matado o líder islâmico Mokhtar Belmokhtar no norte do Mali. Na sexta-feira o governo do país já havia anunciado a morte de um dos principais chefes da Al-Qaeda no norte da África, Abdelhamid Abou Zeid. Se essas duas mortes forem confirmadas, seria um golpe duro para os combatentes islâmicos na região.

Mokhtar Belmokhtar havia reivindicado o ataque contra o campo de gás argelino de In Amenas no dia 16 de janeiro. Segundo o governo argelino, 37 reféns de nacionalidades diferentes, incluindo três americanos e um argelino, foram mortos no local por um grupo de 32 homens, dos quais 29 morreram e três foram presos.

Belmokhtar é um ex-líder da Al-Qaeda no norte da África. Ele entrou em dissidência em outubro do ano passado ao formar sua própria unidade de combatentes.

O presidente do Chade,  Idriss Déby, declarou na sexta-feira à noite que o argelino Abu Zeid havia sido "abatido" por soldados do Chade durante violentos combates nas montanhas do nordeste do Mali, perto da fronteira com a Argélia.

Dúvida

A presidência francesa preferiu não comentar o assunto. Segundo a imprensa argelina, a informação deve ser confirmada por testes de DNa que estão sendo realizados na Argélia.

Os jornais também publicaram que oficiais do serviços de segurança argelinos identificaram a arma mas não o corpo que foi apresentado como sendo do mais radical dos líderes da Al-Qaeda no norte de África. As forças franceses e malinesas também não foram capazes de identificar o corpo.

Especialistas duvidam que o anúncio do Chade seja verdadeiro, já que a morte de Abu Zeid foi desmentida várias vezes no passado. Esse tipo de anúncio poderia ser uma maneira de elevar o ânimo das tropas e a popularidade do presidente após a perda de vários soldados.

Além disso, nenhuma rede terrorista confirmou a morte, o que não faz parte dos costumes dos combatentes islâmicos. Geralmente eles não escondem esse tipo de informação e apresentam seus mortos como mártires. Essa também poderia ser uma estratégia para obrigar Abu Zeid a comunicar para desmentir sua morte e conseguir assim pistas sobre sua atual localização.

De qualquer maneira, o anúncio dessa morte relançou as preocupações com os reféns franceses no Sahel, dos quais ao menos seis estão em poder do ramo da Al-Qaeda na região.

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