Muitos reféns foram executados com tiros na cabeça, diz premiê
Balanço oficial divulgado hoje pelo primeiro-ministro da Argélia sobre a invasão de radicais islâmicos ao campo de gás de In Amenas aponta a morte de 38 reféns e 29 jihadistas. Dos 38 reféns mortos, 37 eram estrangeiros de oito nacionalidades e um cidadão argelino. O ataque terrorista teria sido coordenado por um canadense.
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Segundo o primeiro-ministro Abdelmalek Sellal, com a intervenção do Exército, que durou quatro dias, 29 dos 32 combatentes islâmicos que formavam o comando terrorista morreram. Três islamitas foram presos. O premiê não deu informações detalhadas sobre as nacionalidades dos reféns mortos. Disse apenas que muitos deles foram executados pelos extremistas com um tiro na cabeça.
Entre as vítimas que tiveram a morte confirmada pelos países de origem constam um francês, um americano, dois romenos, três britânicos, seis filipinos e sete japoneses.
O balanço desta segunda-feira ainda é provisório porque sete estrangeiros, segundo as autoridades argelinas, continuam desaparecidos. Os números oficiais não batem com os reclamados pelos países com trabalhadores no campo de In Amenas: faltam cinco noruegueses, dois cidadãos da Malásia, quatro das Filipinas, três britânicos e um colombiano.
Grupo procurava cristãos
Um sobrevivente filipino, Joseph Balmaceda, contou que o grupo terrorista utilizou os reféns como escudos humanos enquanto os helicópteros do Exército abriam fogo. "Tínhamos de levantar as mãos para o alto para evitar que as forças aéreas atirassem." Ele contou ainda ser o único sobrevivente de um grupo de nove reféns que foram colocados numa pickup carregada de explosivos. A caminhonete explodiu na troca de tiros com as forças argelinas.
Sobreviventes argelinos disseram que os invasores contaram com a cumplicidade de funcionários do campo de In Amenas. "Eles sabiam onde ficavam os quartos dos estrangeiros e conheciam o funcionamento da usina", relatou um deles. "Vocês, argelinos e muçulmanos, não precisam temer: nós estamos à procura de cristãos que matam nossos irmãos no Mali e no Afeganistão para roubar as riquezas", teriam dito os jihadistas, de acordo com sobreviventes.
Combatentes chegaram do Mali
De acordo com o premiê, os terroristas entraram na Argélia pelo norte do Mali. Dois canadenses estavam entre os jihadistas encontrados mortos e um deles teria planejado o ataque ao campo de gás, segundo Sellal. O grupo de jihadistas era composto por cidadãos da Tunísia, Egito, Mali, Níger e Mauritânia. O extremista argelino Mohamed el-Amine Benchenab, conhecido dos serviços de inteligência e morto durante a intervenção do Exército, comandou o grupo invasor.
Os terroristas pertenciam ao grupo Signatários pelo Sangue, fundado por Mokhtar Belmokhtar, dissidente da Al Qaeda do Norte da África, também conhecida pela sigla Aqmi.
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