Presidente do Egito defende nova Constituição do país
O presidente egípcio, Mohamed Mursi, afirmou que a nova Constituição do país, aprovada em referendo mas que divide a população, garante a igualdade de direitos para todos. A declaração foi feita em um discurso no Senado que recuperou seus poderes legislativos com a entrada em vigor da Carta Magna.
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"Todos são iguais diante da lei e dentro dessa Constituição”, declarou o presidente Mursi em referência ao texto elaborado por uma comissão dominada por islâmicos como ele, e aprovada recentemente por um refererendo. Mursi prometeu “liberade para todos, sem excessão”.
Na votação realizada em dois dias, 15 e 22 de dezembro, onde apenas um terço dos eleitores compareceram às urnas, os egípcios aprovaram a carta Magna com cerca de 64% dos votos. A Constituição provocou uma série de manifestações reprimidas com violência entre adversários e partidários do presidente Mursi.
O texto entrou em vigor e devolve o poder legislativo ao Senado, que é dominado por islâmicos, enquanto o país prepara novas eleições legislativas previstas para dentro de dois meses.
A oposição acusa o novo texto de deixar caminho livre para uma influência crescente do islamismo na legislação e de não oferecer garantias aos direitos das mulheres e também à liberdade de expressão e de culto.
O presidente Mursi estima que a Constituição põe um fim aos dois anos de transição política no país, desde a queda do ex-ditador Hosni Mubarak, e por isso pediu que os esforços agora estejam concentrados em combater a crise econômica.
A situação do Egito se agravou com a queda da moeda nacional, a libra egípcia e com a suspensão de um empréstimo de 4,8 bilhões de dólares do FMI devido a instabilidade política do país.“Indicadores globais da situação social e econômica monstraram progressos consideráveis”, afirmou o presidente.
Síria
Mohamed Mursi expressou também neste sábado seu apoio à revolta popular na Síria contra o regime de Bashar Al Assad, que segundo o presidente egípcio, não deve seguir no comando do país.
A prioridade do governo do Egito é terminar com os combates e o derramamento de sangue e contribuir para uma solução política como defendem os países árabes e a comunidade internacional.
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