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Camboja/Família real

Corpo do ex-rei Norodom Sihanouk será exposto durante três meses no Camboja

O ex-rei do Camboja Norodom Sihanouk, figura marcante da segunda metade do século 20, morreu nesta segunda-feira em Pequim aos 89 anos. Ele ainda era venerado em seu país, após ter conseguido manter a unidade do Camboja durante décadas de guerra. Seus restos mortais serão expostos durante três meses à população cambojana.

O ex-rei do Camboja, Norodom Sihanouk, morreu nesta segunda-feira em Pequim aos 89 anos.
O ex-rei do Camboja, Norodom Sihanouk, morreu nesta segunda-feira em Pequim aos 89 anos. REUTERS/China Daily
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Norodom Sihanouk estava internado em um hospital da capital chinesa e morreu vítima de um ataque cardíaco às 2h da manhã desta segunda-feira, no horário local. Há vários anos, ele passava a maior parte do tempo na capital chinesa onde tratava um câncer, além de diabete e hipertensão. Seu filho, o rei Norodom Sihamoni, e o primeiro-ministro Hun Sen viajaram a Pequim para acompanhar os restos mortais do antigo soberano de volta ao Camboja.

O corpo de Sihanouk deve chegar a Phnom Penh na quarta-feira, antes de um período de luto oficial até o dia 23 de outubro. Em seguida os restos mortais do antigo rei serão expostos à população durante três meses.

Recentemente, ele havia exprimido o desejo de ser incinerado e ter suas cinzas conservadas em uma urna no palácio real. Por coincidência, sua morte aconteceu bem no último dia das festividades anuais de Pchum Ben, durante as quais os cambojanos homenageiam seus ancestrais.

Nos últimos anos Sihanouk passava a maior parte do tempo em Pequim, onde recebia tratamentos contra câncer, diabete e hipertensão. O governo de Pequim lamentou a perda de um "grande amigo", enquanto várias outras nações asiáticas exprimiram suas condolências.

Trajetória

Norodom Sihanouk chegou ao trono do Camboja em 1941, aos 18 anos, e deixou definitivamento o poder em 2004, abdicando em favor de seu filho Sihamoni. Seu reino foi um dos mais longos da Ásia.

O monarca atravessou o século, do período em que o país era uma colônica francesa até o retorno da paz ao Camboja em 1998, passando por décadas de guerra civil e pelo regime do Khmer Vermelho (1975-1979) de Pol Pot, responsável pela morte de cerca de dois milhões de pessoas

Admirado em seu país sobretudo por ter obtido a independência do Camboja em 1953, Sihanouk foi um dos fundadores do movimentos dos países não alinhados.

Suas relações com o Khmer Vermelho foram controversas. Inicialmente ele se aliou com os rebeldes em 1970, quando vivia exilado em Pequim. Mas durante a ditadura do Khmer Vermelho ele é mantido prisioneiro em seu palácio de Phnom Penh. Cinco de seus 14 filhos foram assassinados nesse período.

A partir de 1979 ele se lança em uma campanha para liberar o Camboja do domínio vietnamita, depois que as tropas do país vizinho derrubaram o regime do Khmer Vermelho. Sihanouk não hesitou em se aliar com os antigos ditadores, que têm o apoio de Pequim e Bangkok. Um acordo será alcançado somente em 1991. A monarquia constitucional é restaurada em 1993, após eleições gerais organizadas pela ONU. 

Hoje em dia, a monarquia cambojana já não tem muita influência e não é contestada. O país é comandado na prática pelo primeiro-ministro Hun Sen, no poder desde 1985 e acusado por seus críticos de ter completamente aniquilado a oposição.

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