Ao menos 19 nigerianos morrem em ataques a universidade
Ataques a tiros e bombas durante duas missas em uma universidade da região norte da Nigéria, com população de maioria muçulmana, provocaram pelo menos 19 mortes neste domingo. A tragédia ocorreu na Universidade Bayero, na cidade de Kano, durante celebrações que aconteciam no campus.
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Uma das cerimônias era realizada a céu aberto e a segunda era em um anfiteatro, com parte do público ao lado de fora devido à lotação do templo.
As autoridades confirmaram as mortes, mas não divulgaram um balanço oficial de vítimas do ataque. A agência AFP viu 19 corpos no local dos ataques, que provocaram tumulto generalizado durante as missas.
Testemunhas e um porta-voz militar, tenente Iweha Ikedichi, afirmaram que os autores dos ataques chegaram à universidade em um automóvel e duas motos, abriram fogo e lançaram bombas de fabricação caseira. Em seguida, eles atiraram contra as pessoas que tentavam fugir.
"Primeiro atacaram a missa que acontecia ao ar livre na Faculdade de Medicina", contou uma testemunha. "Lançavam explosivos e davam tiros. Provocara muito pânico entre os fiéis. Depois os perseguiram e abriram fogo contra eles. Também atacaram outro edifício no complexo esportivo", completou.
Os ataques não foram reivindicados, mas são similares a outros realizados na região norte da Nigéria pela seita islamita Boko Haram ("A educação ocidental é um pecado", no dialeto local). Inicialmente, o Boko Haram pretendia lutar pela instauração de um Estado Islâmico no norte da Nigéria. Mas durante os últimos meses as autoridades perceberam que o movimento é formado, na realidade, por diversas facções, algumas delas politizadas e outras extremistas.
O governo afirma ainda que vários grupos criminosos atuam sob a fachada do Boko Haram. A Nigéria, que tem maioria muçulmana na região norte e o sul cristão, foi cenário de vários atentados desde 2009, que deixaram mais de mil mortos.
Na quinta-feira, nove pessoas, incluindo um homem-bomba, morreram na capital nigeriana, Abuja, e em Kaduna, uma cidade ao norte do país, em dois ataques contra jornais. Esta foi a primeira vez que os meios de comunicação foram alvos de atentados no país, o de maior população na África, com 160 milhões de habitantes. Os ataques não foram reivindicados.
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