Relatório da Liga Árabe sobre a Síria deve ser enviado à ONU, diz chanceler francês
O ministro francês das relações exteriores Alain Juppé pediu nesta quinta-feira que o próximo relatório dos observadores da Liga Árabe sobre a Síria, que deve ser entregue nesta sexta-feira, seja enviado ao Conselho de Segurança da ONU. Em visita a Paris, o chanceler australiano, Kevin Rudd, sugeriu que Bachar al-Assad seja julgado pela Corte Penal Internacional.
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Os dois chanceleres deram uma entrevista coletiva conjunta nesta quinta-feira em Paris. Em visita à capital francesa, o ministro australiano defendeu uma posição mais rígida em relação ao presidente sírio Bachar al-Assad. "Diante de tantas atrocidades, seu caso merece ser transferido para a CPI (Corte Penal Internacional)", disse o chanceler australiano Kevin Rudd. "Enquanto estamos aqui conversando, novos abusos são cometidas", declarou Rudd, que defende a saída de Bachar al-Assad.
Para o chanceler francês, Alain Juppé a intervenção dos observadores, "é difícil e acontece em condições pouco satisfatórias." A missão é liderada pelo general Mohamad AlDabi, ex-conselheiro do presidente do Sudão Omar Al-Bashir, alvo de um mandado de prisão da CPI, o que explica o ceticismo da comunidade internacional em relação à imparcialidade da missão. "A Síria não respeita seus compromissos assumidos junto à Liga Árabe, como retirar as tropas dos quartéis", disse. Alain Juppé também pediu que o documento seja entregue ao Conselho da ONU.
O chefe da missão da Liga Árabe deve entregar nas próximas 24 horas um novo relatório sobre a crise política no país, que já teria deixado mais de 5400 mortos, segundo as Nações Unidas. Um dos objetivos era verificar a aplicação do plano de paz proposto ao regime sírio, que prevê o fim da violência, a abertura de um diálogo com a oposição, a libertação de prisioneiros políticos, a retirada dos veículos militares das cidades e o livre acesso da imprensa no país. Nenhum item desse acordo foi respeitado, segundo um documento preliminar entregue no dia 8 de janeiro. A Liga Árabe decidiu prorrogar a missão por tempo indeterminado e decidiu, recentemente, descartar uma intervenção direta da ONU.
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