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Israel/Manifestação

Movimento por justiça social leva 400 mil pessoas às ruas em Israel

Pelo menos 400 mil israelenses participaram na noite deste sábado de uma manifestação no centro de Tel Aviv e em outras 15 cidades israelenses, em protesto à alta do custo de vida e para reclamar maior justiça social no país.

Cartazes de manifestantes em Tel Aviv apresentaram mensagens como "hora da verdade" e "Netanyahu: você está frito".
Cartazes de manifestantes em Tel Aviv apresentaram mensagens como "hora da verdade" e "Netanyahu: você está frito". REUTERS/Ronen Zvulun
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Daniela Kresch, de Tel Aviv

A marcha do milhão, convocada para a noite deste sábado em Israel, superou a manifestação anterior, ocorrida no dia 6 de agosto, quando 300 mil israelenses saíram às ruas para exigir do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu mais justiça social. A praça do Estado, no centro de Tel Aviv, ficou lotada, evidenciando uma mobilização importante para um país de pouco mais de 7 milhões de habitantes. A demonstração popular já está sendo considerada uma das maiores vistas desde a criação do estado hebreu há 63 anos. 

Em Jerusalém, cerca de 30 mil manifestantes se reuniram em frente à casa do primeiro-ministro. Nos cartazes eles pediam a demissão de Netanyahu.

O premiê conservador recolhe a insatisfação popular com os governos anteriores, que nas últimas décadas adotaram políticas de privatização em detrimento da prestação de serviços essenciais pelo Estado, nos setores da saúde, educação e habitação. A escassez de programas de habitação popular nos últimos 20 anos encareceu os imóveis a preços insustentáveis para as famílias de baixa renda.

Há quase dois meses, milhares de pessoas estão acampadas em várias localidades de Israel para reclamar do alto preço dos alugueis e dos imóveis em geral. Os "indignados" israelenses pedem educação gratuita a partir dos três meses de idade e diminuição de impostos, entre outras exigências.

Há duas semanas, o movimento liderado por jovens de Tel Aviv havia conseguido levar às ruas 15 mil pessoas, uma decepção para os ativistas. Mas na noite deste sábado, o grito por justiça social parece ter se renovado. 

O protesto começou quando uma moça de 25 anos chamada Daphni Leef avisou, pelo site de relacionamentos Facebook, que iria acampar numa rua de Tel Aviv porque não conseguia pagar aluguel. Milhares de pessoas resolveram aderir à ideia, levando suas barracas para o centro da cidade, e com isso o movimento ganhou força.

Em resposta à insatisfação crescente, Netanyahu anunciou a criação de uma comissão para examinar reformas. Mas pouca gente acredita que o premiê, considerado ultraliberal, vá mudar as regras do jogo.

 

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