Seis deputados estão entre os 30 mortos em atentado na Somália

Segundo o governo, o atentado foi realizado por um homem-bomba e atiradores vestidos com uniformes militares. Os rebeldes islâmicos invadiram o hotel Huna, próximo do palácio presidencial, onde os parlamentares estavam hospedados.

Soldados e civis transportam corpo de deputado morto em atentado na Somália. REUTERS

Ao menos 30 pessoas morreram hoje em um ataque a um hotel de Mogadíscio, capital da Somália. O grupo terrorista al-Shabab reivindica a autoria do atentado. Entre os mortos há pelo menos quatro funcionários do alto escalão do governo e seis deputados somális.

Esse atentado é mais uma demonstração do caos que reina na Somália, após quase 20 anos de instabilidade institucional. Mesmo com ajuda externa, o governo se mostra incapaz de combater a rebelião islâmica que desafia a estabilidade do país. A União Africana mantém 6.300 homens em Mogadíscio, em uma missão de apoio às forças locais. No entanto, os rebeldes do movimento islâmico al-Shabab, ligado à rede terrorista Al Qaeda, impõem o terror em várias regiões do país.

O hotel atacado fica no bairro de Elgaab, controlado pelas forças governamentais e a missão de paz africana. Segundo uma fonte militar, cerca de 300 combatentes do movimento al-Shabab vivem nesse bairro, próximo do palácio presidencial. Eles se fazem passar por civis que trabalham em restaurantes do bairro e no comércio, de acordo com a mesma fonte.Apesar do dispositivo militar presente em Mogadíscio, os soldados africanos não conseguem garantir a segurança da sede do governo, do porto e do aeroporto da capital.

Desde o início da insurreição islâmica, mais de 21 mil pessoas morreram na Somália em decorrência dos confrontos com os rebeldes. A rebelião criou 1,5 milhão de deslocados e cerca de meio milhão de somális buscaram refúgio no exterior.