Anistia Internacional teme execução iminente de iraniana

De acordo com a organização, Sakineh Ashtiani pode ser executada a qualquer momento. De acordo com o advogado da iraniana, a confissão feita por ela nesta quinta-feira na TV foi obtida sob tortura, para justificar a aplicação da pena por enforcamento.

Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada por adultério, deveria ser executada nesta sexta-feira por apedrejamento. MSNBC

A Anistia Internacional fez um apelo ao governo iraniano nesta quinta-feira, pedindo a suspensão da execução da pena de Sakineh Mohammadi Ashtiani, 43 anos, condenada à morte por assassinato e adultério. Em declarações à RFI, a organização alertou que a iraniana Sakineh Ashtiani pode ser executada "a qualquer momento”, depois da confissão na TV iraniana, nesta quinta-feira. Diante da repercussão internacional do caso, a embaixada iraniana em Londres afirmou no mês passado que Ashtiani não seria apedrejada. Mas a pena foi transformada em enforcamento pela Corte Suprema do Irã.

O advogado dela explicou nesta quinta-feira que Ashtiani foi violentamente torturada para confessar o crime na TV iraniana. Em uma entrevista nesta quarta-feira, ela reconheceu a participação no crime. Envolta em um véu islâmico, os ferimentos no rosto dela teriam sido, desta forma, mascarados. Condenada à morte por apedrejamento por adultério, a iraniana também é acusada de cumplicidade no assassinato de seu marido.

O ministro das relações exteriores, Celso Amorim, disse nesta quarta-feira que a libertação de Sakienh Ashtiani poderia ser vista como um gesto humanitário positivo para o regime de Teerã. O Brasil já havia oferecido asilo para ela, mas o Irã recusou a proposta. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores  iraniano, Ramin Mehmanparast, disse na época que “Lula tem uma personalidade muito humana e emotiva, mas provavelmente não recebeu informações suficientes sobre o caso.”