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Gaza/Israel/Bloqueio

ONG israelense questiona bloqueio à Faixa de Gaza

A organização não-governamental israelense Gisha divulgou hoje um relatório sobre o bloqueio comercial reforçado, imposto à Faixa de Gaza há quase três anos. O documento questiona a justificativa de Israel, para quem a medida serve para impedir que o Hamas reconstrua sua infraestrutura militar.

Palestinos protestaram ao largo da Faixa de Gaza contra o bloqueio israelense, no dia  3 de junho.
Palestinos protestaram ao largo da Faixa de Gaza contra o bloqueio israelense, no dia 3 de junho. Reuters/Mohammed Salem
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Até junho de 2007, Israel permitia a entrada de mais de quatro mil produtos na Faixa de Gaza. Hoje apenas 97 são autorizados, segundo a ONG Gisha. A margarina, por exemplo, só é autorizada em pequenas quantidades e para usos domésticos.

Israel proíbe também a entrada de produtos como borracha, cola e nylon utilizados na produção de fraldas no território palestino. O Estado hebreu só permite a entrada de fraldas produzidas em Israel.

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João Alencar, em colaboração para RFI

A diretora da ONG, Keren Tamir, ressalta que são os civis palestinos de Gaza que mais sofrem com as sanções. “Desde junho de 2007, Israel proibiu a entrada de matérias-primas na Faixa de Gaza como uma forma de impedir as atividades econômicas na região. Na prática, a pressão é mínima sobre o Hamas”, afirma Keren.

O resultado dessa estratégia, segundo a diretora da Gisha, é que mais de 90% das indústrias de Gaza estão fechadas ou operando a menos de 10% da capacidade. O desemprego já atinge 35% da população e 80% das pessoas dependem de comidas e doações de entidades internacionais.

De acordo com o Banco Mundial, quatro em cada cinco mercadorias que entram na Faixa de Gaza são contrabandeadas através de túneis escavados na fronteira com o Egito.

Inquérito sobre ataque contra flotilha humanitária

Israel confirmou que fará sua própria investigação sobre o ataque à flotilha humanitária a Gaza, no dia 31 de maio, que resultou na morte de nove ativistas. O anúncio foi feito pelo ministro da defesa, Ehud Barak, na Knesset, o parlamento israelense. A investigação, limitada apenas aos aspectos jurídicos da operação do exército israelense, será realizada por uma comissão de inquérito composta por especialistas e comandada por um general da reserva.

A investigação, segundo Barak, também deve incluir a análise da legalidade do bloqueio à Faixa de Gaza. Com essa decisão, e apesar de ter rejeitado a proposta da ONU de uma investigação internacional sobre o ataque, Israel espera diminuir a pressão crescente contra o país.
 

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