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Novo estudo revela que humanos viviam na América do Norte há mais de 30 mil anos

Utensílios encontrados em uma caverna no norte do México evidenciam que os seres humanos viviam na América do Norte há mais de 30.000 anos, ou seja, 15.000 anos antes do que se pensava - de acordo com pesquisas arqueológicas publicadas nesta quarta-feira (22) na prestigiosa revista Nature.

Chiquihuite, no México, onde os antigos utensílios foram encontrados.
Chiquihuite, no México, onde os antigos utensílios foram encontrados. © Wikimedia Commons
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As amostras encontradas, entre elas 1.900 ferramentas de pedra entalhada, evidenciam uma ocupação humana na caverna de Chiquihuite, no norte do México, que data de 33.000 anos, e que durou cerca de 20.000 anos, destacam dois estudos publicados na revista Nature.

"Nossa pesquisa traz novas evidências sobre a presença antiga de seres humanos nas Américas", o último continente ocupado pelo homem, saudou o arqueólogo Ciprian Ardelean, principal autor de um dos dois estudos.

Os espécimes mais antigos encontrados nesta caverna, localizada em grandes altitudes e escavada desde 2012, foram datados com radiocarbono (ou carbono 14) em um intervalo entre 33.000 e 31.000 anos antes de nossa era. "São poucos, mas estão lá", comentou o pesquisador da Universidade Autônoma de Zacatecas, no México.

Eles revelam uma indústria lítica até então desconhecida, usando ferramentas de pedra cortadas em tiras finas.

Movimentos migratórios

Embora nenhum osso ou DNA humano tenha sido encontrado no local, "é provável que os humanos o tenham usado como uma base bastante fixa, presumivelmente durante episódios sazonais recorrentes como parte de movimentos migratórios maiores", explica o estudo.

As origens dos primeiros ocupantes da América são calorosamente debatidas entre antropólogos e arqueólogos. Por décadas, a tese mais aceita foi a de um assentamento de 13.000 anos correspondente ao chamado período Clovis, considerado há muito a primeira cultura americana da qual se originaram os ancestrais dos nativos americanos.

Essa teoria do cultivo inicial de Clovis é questionada há 20 anos, com novas descobertas que atrasaram a idade dos primeiros assentamentos, mas apenas até 16.000 anos.

Portanto, é provável que os resultados desta pesquisa sejam muito contestados. "Isso acontece assim que alguém encontra sites com mais de 16.000 anos: a primeira reação é negação ou aprovação forte", disse ainda o pesquisador.

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