Crise do coronavírus: o Japão também entra em recessão histórica

Com a crise do coronavírus, a economia japonesa experimentou um segundo trimestre consecutivo de contração no produto interno bruto (PIB) entre janeiro e março de 2020, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (18) pelo governo japonês.

Funcionários com máscaras atendem aos clientes, em uma loja Takashimaya que reabre parcialmente em Tóquio, nesta segunda-feira, 18 de maio de 2020. AP - Eugene Hoshiko

Frédéric Charles, correspondente da RFI em Tóquio

Segundo analistas em Tóquio, a economia japonesa deve despencar 22% este ano, apenas entre abril e junho. O que constituiria uma baixa histórica.

O consumo, que representa metade da economia, tem sido reduzido desde o aumento dos impostos sobre transações financeiras de 8 para 10% em outubro passado e, acima de tudo, por causa da crise da saúde.

As exportações japonesas caíram 6% entre janeiro e março. A Toyota prevê uma queda de 80% no lucro operacional durante o atual ano fiscal que termina no final de março de 2021.

Dois anos para se recuperar

O Japão encerrou o estado de emergência em grande parte de seu território, mas ainda o mantém em Tóquio e em outras grandes cidades até o final deste mês. O governo de Shinzo Abe já injetou quase € 1 trilhão em sua economia na forma de empréstimos e doações.

O executivo japonês também está prestes a investir capital em suas médias e grandes empresas enfraquecidas pela epidemia. Objetivo: permitir que eles tomem empréstimos com mais facilidade dos bancos e impedir sua falência.

Mas essas medidas do governo são consideradas insuficientes e sua implementação acontece tarde demais. "Levará pelo menos dois anos para o Japão se recuperar, devido à lentidão de sua burocracia", disse Martin Schulz, economista do grupo Fujitsu em Tóquio.