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Paris/ COP21

COP21: novo rascunho do acordo de Paris não soluciona questões-chave

Um novo rascunho do acordo sobre o clima foi divulgado nesta quarta-feira (9) na COP21. O texto agora tem 29 páginas, em vez das 48 da versão anterior. O presidente da conferência, o francês Laurent Fabius, reiterou a convicção de que será possível fechar um acordo, mas, por enquanto, os pontos mais polêmicos permanecem sem resposta.

Laurent Fabius, presidente da COP21, espera que até quinta-feira o texto final esteja bem-encaminhado, para assinatura na sexta-feira, último dia da conferência.
Laurent Fabius, presidente da COP21, espera que até quinta-feira o texto final esteja bem-encaminhado, para assinatura na sexta-feira, último dia da conferência. REUTERS/Jacky Naegelen
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A negociação segue delicada entre os 195 países que tentam chegar a um consenso sobre a redução de emissões de gases de efeito estufa. Um sinal disso é que a divulgação do documento atrasou mais de duas horas e os ministros tiveram de avançar as discussões pela madrugada de quarta-feira, para tentar desbloquear os pontos de discordância.

Fabius disse que, neste texto mais recente, “três quartos” dos trechos que estavam em aberto foram resolvidos. O chanceler explicou que os ministros estão muito próximos de um consenso em vários aspectos, como os mecanismos de verificação da implantação do acordo pelos países.

“Três questões transversais deverão ser objeto de discussão nas próximas horas: diferenciação, financiamento e nível de ambição. Não é uma surpresa”, declarou o ministro das Relações Exteriores da França, referindo-se aos pontos de choque entre os países em desenvolvimento e os desenvolvidos.

Nova noite de trabalho na COP21

O chanceler deu cinco horas para os negociadores avaliarem o rascunho do documento e todos voltarão a se reunir às 20h (17h em Brasília) para debater novamente o texto. “Alguns pontos políticos importantes continuam em aberto. É em particular nesses temas que eu peço a vocês que busquem construir soluções de compromisso”, destacou Fabius.

O chanceler disse para os negociadores “se prepararem” porque uma nova noite de “muito trabalho” vem pela frente, para que seja possível concluir o acordo de Paris até sexta-feira (11), quando se encerra a conferência.

Estados Unidos dobram ajuda financeira

Presente na COP21, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, anunciou que os Estados Unidos vão dobrar a ajuda financeira para os países mais pobres enfrentarem as mudanças climáticas. O aporte vai passar de US$ 400 milhões para US$ 800 milhões por ano até 2020.

“Os Estados Unidos estão comprometidos em dobrar seus investimentos em adaptação até 2020. Nós estamos preparados para fazer nossa parte e não vamos deixar os mais fracos para trás”, afirmou Kerry. “Nenhum presidente na história tem mais consciência da responsabilidade dos Estados Unidos do que Obama.”

O chefe da diplomacia americana ressaltou que a humanidade chegou em um momento “crítico” e “inédito” sobre o problema das mudanças climáticas, e que “não há mais desculpa” para não agir. “Essa conferência pode ser a melhor chance que temos de corrigir o rumo do nosso planeta.”

Em 2009, na COP de Copenhague, os países ricos se comprometeram a capitalizar o Fundo Verde para o Clima com US$ 100 bilhões por ano até 2020. Mas, até hoje, esse recurso não se concretizou.

Acordo revisado, mas não obrigatório

Kerry pediu que o Acordo de Paris preveja a revisão obrigatória dos compromissos dos países a cada cinco anos. Mas o chanceler continuou a rejeitar que, no conjunto, o tratado seja legalmente vinculante, ou seja, que as metas de redução de emissões apresentadas pelos países sejam compulsórias.

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