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Imprensa francesa cética para um acordo sobre o clima na COP 21

A abertura oficial da Conferência do Clima da ONU nesta segunda-feira (30)  com a presença de quase 150 chefes de estado e de governo está estampada nas manchetes da imprensa francesa com reportagens, editoriais e análises sobre os desafios de limitar o aquecimento do planeta e enfrentar os efeitos das mudanças climáticas.

Foto de família dos chefes de Estado e de governo presentes na COP 21, em  30 de novembro de 2015.
Foto de família dos chefes de Estado e de governo presentes na COP 21, em 30 de novembro de 2015. Reuters
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A COP 21 será um sucesso?, pergunta em sua manchete o diário Le Figaro. O encontro com os líderes tem a ambição de fazer história e chegar a um acordo para limitar em até 2°C o aumento da temperatura do planeta.

É rara a presença de tantos chefes de Estado e de governo, ressalta o diário, afirmando que a presença da grande quantidade de líderes visa dar o impulso político necessário para as negociações e mostrar a determinação para que, desta vez, os 195 países adotem o compromisso e não repitam o fracasso da última grande Conferência do Clima, de 2009, em Copenhague. 

Sinais das primeiras dificuldades, segundo Le Figaro: A Índia e a Arábia Saudita já avisaram que são contra a adoção de um calendário para revisar os compromissos de cada país. Na Europa, a Polônia, cuja economia é muito dependente do carvão, alertou que poderá se afastar da posição europeia se for obrigada a objetivos muito elevados de redução de poluentes, lembrou o jornal.

Condições para o sucesso

Libération também traz uma pergunta em sua manchete: COP ou FLOP? - um trocadilho com a sigla da Conferência e a palavra Flop, que em francês pode ser traduzida como fracasso. O jornal elaborou uma lista de cinco pontos para garantir o sucesso do evento. Entre eles, a necessidade de "gravar" no documento o objetivo de limitar em 2° o aumento da temperatura do planeta.

Além disso, na opinião do Libé, será preciso estabelecer algumas obrigações, mesmo sem dados precisos. Segundo o jornal, é fundamental dar uma resposta convincente ao ceticismo da maioria da população, formular uma saída para as energias fósseis e ainda garantir os US$ 100 bilhões anuais para ajudar os países pobres a combater os efeitos climáticos.

Negociações tensas

Para Les Echos, a negociações ficarão mais tensas a partir da segunda semana. Entre os pontos difíceis para um entendimento está a adoção de regras comuns e transparentes para medir as emissões de poluentes. As normas devem ser internacionais e claras para poder comparar os níveis de emissão de cada país. Será preciso ainda ajudar as nações mais vulneráveis a se adaptar aos desafios do aquecimento global.

Outro ponto levantado pelo Les Echos: há um consenso mundial de que é preciso estabelecer um preço universal da tonelada de carbono emitida diante do objetivo de favorecer investimentos em tecnologias mais limpas. Mas as negociações sobre o valor a ser cobrado pela tonelada devem acontecer à margem da COP 21, diz o jornal.

Aujourd'hui en France afirma que a vida do parisiense será difícil nesta segunda-feira  devido ao dispositivo de segurança montado para a circulação dos 150 chefes de Estado e de governo.

A cidade de Le Bourget, no norte do Paris, onde se encontra o centro de convenções do evento, está paralisada. Os moradores da capital francesa e dos arredores terão transporte gratuito para evitar usar o carro, mas foram orientados a evitar sair de casa, só em caso de grande necessidade.

O mundo inteiro está de olho em Paris e não pode haver falhas, diz o jornal. Mas a grande pergunta mesmo é: a COP21, anunciada como a mais importante negociação sobre o clima vai mesmo chegar a um acordo?

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