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Espaço/Plutão

Sonda New Horizons alcança a maior aproximação de Plutão

A sonda espacial New Horizons, lançada pela Nasa em 2006, atingiu nesta terça-feira (14) a menor distância de Plutão, em um voo histórico que permitirá obter mais informações sobre o planeta anão, informou a agência espacial americana.

Representação artística da Missão Plutão com passagem da sonda New Horizons que está acelerando em direção a Plutão para seu primeiro voo em 14 de julho de 2015.
Representação artística da Missão Plutão com passagem da sonda New Horizons que está acelerando em direção a Plutão para seu primeiro voo em 14 de julho de 2015. captura vídeo
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A uma velocidade de mais de 49.300 km/h, depois de uma viagem de 5 bilhões quilômetros, a New Horizons passou a apenas 12.430 km de Plutão, às 8h49 de Brasília, detalhou a Nasa. Este é um momento único para conhecer mais sobre o pequeno planeta, que permanece um mistério para os cientistas. Alan Stern, um dos principais engenheiros que trabalham no projeto de US$ 700 milhões de dólares, disse que o feito da Nasa "não é ficção cientíٕfica, é realidade".

Os pesquisadores tiveram que ser pacientes. A New Horizons, a sonda mais rápida já enviada ao espaço, iniciou a longa viagem em janeiro de 2006 até chegar ao ponto mais próximo de Plutão. Mas como ela circula em alta velocidade, cerca de 49.000 km/h, a pequena sonda, do tamanho de um piano, não vai poder parar e ficar em órbita ao redor do planeta anão.

Ela vai apenas tocar em Plutão e, durante uma janela de algumas horas, poderá obter o máximo de imagens e informações sobre o planeta ainda desconhecido. Em seguida, a sonda vai continuar a observar o cinturão de Kuiper, uma vasta área repleta de pequenos corpos ao longo da órbita de Netuno.

"Além dos sonhos mais loucos"

"O que nós recebemos da sonda é inacreditável, vai além dos nossos sonhos mais loucos", comentou Alan Stern, explicando que as imagens do planeta anão esperadas para os próximos dias serão cada vez mais precisas.

"Em 24 horas, a qualidade da resolução de nossas imagens vai passar de 15 quilômetros por pixel, para menos de 100 metros por pixel", afirmou. "Para se ter ideia do nível de precisão das imagens, se o Central Park estivesse em Plutão, a qualidade de nossas imagens nos permitiria observar as lagoas do parque", explicou.

Efeito de miragem

"Pela primeira vez na história da humanidade nós vamos passar atrás de Plutão e faremos imagens do outro lado", acrescentou Leslie Young, responsável pelo planejamento da missão.

As informações enviadas nos últimos dias também permitiram que os investigadores fizessem algumas descobertas sobre a superfície do planeta anão.

"Nós aprendemos nas últimas 48 horas, por exemplo, que há fuga de nitrogênio da atmosfera de Plutão e que e há camadas de gelo nos polos. Nós nem imaginávamos que conseguiríamos obter este tipo de dado tão cedo", notou Stern. "Também descobrimos que Plutão é um pouco maior do que pensávamos: o planeta tem um raio de 1.185 quilômetros, mais ou menos 10 quilômetros", explicou o cientista. "Até agora, nossos dados eram imprecisos, porque a atmosfera de Plutão é muito densa e cria um efeito de miragem que não nos permitia ser tão precisos", disse.

Instrumentos de medição

A sonda dispõe de sete instrumentos de medição de alta performance. Ela vai escanear a superfície de Plutão, analisar a composição de sua atmosfera, sua geologia, recolher a temperatura de sua superfície e fazer fotografias.

A New Horizons não poderá se comunicar ao mesmo tempo em que faz as análises. Os pesquisadores deverão esperar para começar a receber as preciosas informações. A Nasa ainda estima que existe um risco sobre 10 mil de que a sonda esbarre num detrito ao redor de Plutão e que ela perca todos os dados.

Os primeiros elementos coletados devem chegar ao centro de controle da missão em Laurel, nos arredores de Washington, na noite de terça-feira. Depois, serão necessários ao menos seis meses para transmitir o material coletado. O teste de paciência ainda não acabou.

(Com informações da AFP)

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