Imagem da Lufthansa pode ser afetada por tragédia com Airbus A320
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Depois da revelação de que, provavelmente o copiloto teria sido responsável pela queda do avião Germanwings, que matou 150 pessoas nos Alpes franceses, a Alemanha ainda tenta entender os motivos do drama, considerado o mais grave tragédia aérea envolvendo uma companhia alemã.
Marcio Damasceno, correspondente da RFI Brasil em Berlim
O sentimento geral era de consternação e tristeza, mas agora esse luto também deu lugar à perplexidade, uma perplexidade coletiva, como definiu um jornal alemão, e até mesmo revolta. Como a chanceler alemã Angela Merkel definiu: é algo que vai além imaginação.
Se até ontem (26), especialistas em aviação e aeronáutica eram presença constante nos notíciários alemães, com entrevistas sobre os possíveis motivos técnicos para a queda, agora os psicólogos, psicanalistas, psicoterapeutas e especialistas em suicídio são as estrelas da vez. De minuto em minuto, redes de televisão e emissoras de rádio transmitem o parecer desses experts para tentar compreender o comportamento do copiloto.
Mas há também os que pedem cuidado, apesar dos indícios. O ex-ministro alemão dos Transportes, Perter Ramsauer, alerta que ainda é hora de aguardar a revelação de todas os detalhes da investigão para evitar conclusões precipitadas.
Quem era Andreas Lubitz?
Até agora, há uma série de informações não confirmadas oficialmente sobre o copiloto. Segundo a imprensa, ele estaria enfrentando problemas com depressão. Alguns jornais reportaram que ele teria tido dificuldades no relacionamento com a namorada. O tablóide Bild desta sexta-feira (27) informa que Andreas Lubitz teria passado um ano e meio em tratamento contra depressão. Ele também teria interrompido seu treinamento como piloto por causa disso. Mas essas informações não foram confirmadas oficialmente. Os investigadores vasculharam a casa do copiloto, apreenderam até computadores e documentos, e estão ouvindo as pessoas próximas dele.
Consequências
A principal conseqüência pode ser percebida já a partir de hoje. A aviação civil alemã determinou que em todos os vôos a partir dessa sexta-feira é obrigatório que sempre haja pelo menos duas pessoas na cabine do piloto.
Outra conseqüência que fica também é, sem dúvida, a imagem afetada da Lufthansa, proprietária da Germanwings. A Lufthansa é uma empresa aérea que sempre foi respeitada pela segurança e pela qualidade e pela precisão, qualidades consideradas tipicamentes alemãs.
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